domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 29 de novembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
100 anos entre trópicos e mitos
"Durante semanas inteiras, nesse planalto do Mato Grosso Ocidental, tinha estado obcecado, não mais por aquilo que me rodeava e que eu não voltaria a ver, mas por uma melodia muito batida que a minha recordação ainda empobrecia mais: a do Estudo número três, Opus 10 de Chopin, na qual me parecia, por uma ironia a cujo amargor eu também era sensível, que tudo que deixara para trás de mim nela se resumia."
(Tristes Trópicos, por Claude Lévi-Strauss, que completa 100 anos em 28 de novembro de 2008).
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
nomes no quadro-negro
E você, qual seria a sua sequência? e qual seria o nome
a restar no quadro-negro? Comentem!
O apagador
(Luis Fernando Verissimo)
No filme "La Chinoise", de Jean-Luc Godard, um personagem se vê diante de um quadro-negro em que estão escritos os nomes de todos os principais escritores, compositores, pensadores e artistas da História - e começa a apagá-los, nome por nome, até sobrar só um. Está fazendo uma espécie de purgação intelectual.
Experimente fazer o mesmo. Encha um quadro-negro com todos os nomes que lhe ocorrerem, em nenhum tipo de ordem. Uma seqüência pode ser, por exemplo, "Heródoto, Nietzsche, São Tomás de Aquino e Charlie Parker", outra "Villa-Lobos, Steinberg, Marques De Sade, Platão e Frida Kalo". Quando não sobrar espaço no quadro negro nem para um nome curto ("Meu Deus, esqueci o Rilke!"), comece a apagar. Nome por nome.
(Luis Fernando Verissimo)
No filme "La Chinoise", de Jean-Luc Godard, um personagem se vê diante de um quadro-negro em que estão escritos os nomes de todos os principais escritores, compositores, pensadores e artistas da História - e começa a apagá-los, nome por nome, até sobrar só um. Está fazendo uma espécie de purgação intelectual.
Experimente fazer o mesmo. Encha um quadro-negro com todos os nomes que lhe ocorrerem, em nenhum tipo de ordem. Uma seqüência pode ser, por exemplo, "Heródoto, Nietzsche, São Tomás de Aquino e Charlie Parker", outra "Villa-Lobos, Steinberg, Marques De Sade, Platão e Frida Kalo". Quando não sobrar espaço no quadro negro nem para um nome curto ("Meu Deus, esqueci o Rilke!"), comece a apagar. Nome por nome.
O importante é não racionalizar. Não estabelecer critério ou hierarquia. Deixar a apagador fazer seu trabalho sem interferência da sua consciência ou da sua emoção. Apenas ir apagando. Você pode descobrir coisas surpreendentes a seu próprio respeito. Nomes que, até aquele momento, faziam parte da sua galeria de veneráveis se revelarão apagáveis, outros serão poupados até quase o fim.
E no fim, o nome que sobrar, o único nome que você não apagar, poderá ser a maior revelação de todas. Não será, necessariamente, o nome de quem você considera o mais importante, influente, valioso ou simpático da história das idéias ou das artes. Será apenas o nome que, por alguma razão, você não conseguiu apagar. Depois você só precisará se explicar para você mesmo.
No filme do Godard, o único nome que ficava no quadro-negro era o de Brecht.
E no fim, o nome que sobrar, o único nome que você não apagar, poderá ser a maior revelação de todas. Não será, necessariamente, o nome de quem você considera o mais importante, influente, valioso ou simpático da história das idéias ou das artes. Será apenas o nome que, por alguma razão, você não conseguiu apagar. Depois você só precisará se explicar para você mesmo.
No filme do Godard, o único nome que ficava no quadro-negro era o de Brecht.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
NASCENTES
domingo, 23 de novembro de 2008
150 anos de descompromisso poético
"Teremos camas com os mais leves cheiros
E profundos divãs, quais mausoléus,
Além de estranhas flores nas prateleiras,
Pra nós abertas em mais belos céus.
A porfia gastando os ardores últimos,
Os nossos corações, quais labaredas,
Refletirão as suas chamas duplas
Nas nossas almas, dois espelhos gêmeos.
Numa noite de rosa e de azul místico
Um só relâmpago iremos tocar,
Como o soluço de um adeus sem fim;
E um Anjo, mais tarde, abrindo as portas,
Alegre e fiel, virá reanimar
Os baços espelhos e as chamas mortas."
Excerto de "A morte dos amantes", in As flores do mal, de Charles Baudelaire , obra que completa 150 anos em 2008.
sábado, 22 de novembro de 2008
ENTRE OUTRAS COISAS
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
25.ASTROS, ciganos, orixás e AFINS
Pretendia seguir a trajetória da família Lima, à qual pertenço, nos vídeos musicais que aqui apresento. Mas aproveito a pausa e dedico este a Francisco Buarque, entidade suprema da poesia musical brasileira, acompanhado de uma doce Paula Toller em uma de suas melhores aparições.
Dueto
Chico Buarque
Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho,
tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado,
está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz
Mas se a ciência provar o contrário,
e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz
Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
ilhas e liberdades à deriva
"Uma das tragédias dos Estados Unidos é a completa falta de interesse pelo que ocorre no resto do mundo; traduzem-se pouquíssimos livros, consome-se pouca arte de outros países, perde-se contato com outras culturas e com outras realidades, o país se desgarra do resto e vai à deriva."
Paul Auster, escritor norte-americano.
bandeira hasteada na base militar de Guantánamo, em Cuba
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
TREZE filmes essenciais
A imagem de "O Cão Andaluz", filme do mestre Buñuel, traz a subjetivação não por acaso: seria ainda mais surreal da minha parte do que o próprio movimento criado por Dalí tratar dos meus filmes preferidos em uma lista. E PIOR: tentar dizer que estes estariam em um rol dos 13 melhores em todos os tempos, épocas e eras do cinema. Loucura, talvez??
SIM, louco dos mais varridos estaria eu a ficar; mas vamos lentamente, com menos fotogramas por segundo do que os 24 necessários à formação, ou melhor, à simulação de uma possível imagem em movimento.
Mas há tempos que aqui quero falar sobre os maiores filmes, e como já faz alguns meses que não posto uma listinha de melhores, resolvi fazê-la com os grandes clássicos das telonas que tive contato.
Alguns vão lembrar que já fiz lista de filmes, mas naquela incluí apenas os vistos e datadas após o ano 2000; e como os treze desta passam longe do século XXI, EI-LA EM CAPÍTULOS.
ATENÇÃO: CONDIÇÕES para entrar na lista:
1) obras que eu tenha apreciado, pelo menos 1 vez na vida, na sala de cinema; ou seja, a sensação criada pela relação com o ambiente do cinema, o tamanho da tela, o silêncio e a concentração e todo o espaço em volta são pré-requisitos - donde tiro que posso justificar a ausência de algumas referências mundiais, como "Sindicato dos ladrões, Ladrões de Bicicleta, Encouraçado Potemkim e Rastros de Ódio"
2) as obras em número de treze se justifica porque não quero apenas falar dos filmes, mas também dos cineastas. Ou seja, escolhi treze filmes e treze diretores como forma de homenagem. Logo é pré-requisito que teremos 1 filme de cada diretor entre os melhores - assim me livro de colocar "Os Pássaros", Psicose", Janela Indiscreta e Um Corpo que Cai" na MESMA LISTA. FOI MAL, HITCH!
3) A lista está longe de querer representar uma unanimidade; portanto os comentários e opiniões acerca da qualidade das obras e da justificativas DEVEM ser INCESSANTEMENTE USADOS!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
havia UM SÉRVIO no caminho
O top 8 terminou como muitos não esperavam; sem NADAL, com desistência de FEDERER, com surpresas vindo de GILLES SIMON, com naufrágios "titanescos" por parte de ANDY MURRAY- desculpe-me pela escorregadela, valéria martins - e com o troféu mais cobiçado do ano (outra afirmação controversa) nas mãos do sérvio NOVAK DJOKOVIC.
Dados os contratempos, tempestades e outros descaminhos, avistamos um 2009 cheio de surpresas no circuito internacional de tênis.
domingo, 16 de novembro de 2008
sábado, 15 de novembro de 2008
retrato em preto
Por Caetano Veloso, em 27 de julho de 2008.
Tendo Pierre FATUMBI Verger ido a minha casa na Bahia com umas moças que fizeram um documentário sobre ele, e vendo que o VHS não reproduzia as cores, me segredou: “assim é melhor, tudo em preto e branco; pra ficar perfeito só falta parar a imagem”. Perguntei porque ele não gostava da imagem em movimento. Ele disse que nunca gostara de cinema porque “em movimento você não consegue uma composição realmente bonita”. Assistimos ao documentário em preto e branco. Depois que acabou, voltei à conversa com ele: - “você me explicou por que não gosta da imagem em movimeno; mas e as cores, qual o problema com as cores?” Ele respondeu: “ah, cores não, cores são uma vulgaridade”. Achei a resposta insatisfatória, embora compreensível: era um lugar comum que ele repetia com a alegria de quem nem precisa elaborar. Adotei esse tom menos responsável e disse: “você gosta mesmo é de preto-e-branco”. Ele, com maior alegria (e maior originalidade do que na resposta elaborada), contestou: “gosto muito mais de preto do que de preto-e-branco”.
Tendo Pierre FATUMBI Verger ido a minha casa na Bahia com umas moças que fizeram um documentário sobre ele, e vendo que o VHS não reproduzia as cores, me segredou: “assim é melhor, tudo em preto e branco; pra ficar perfeito só falta parar a imagem”. Perguntei porque ele não gostava da imagem em movimento. Ele disse que nunca gostara de cinema porque “em movimento você não consegue uma composição realmente bonita”. Assistimos ao documentário em preto e branco. Depois que acabou, voltei à conversa com ele: - “você me explicou por que não gosta da imagem em movimeno; mas e as cores, qual o problema com as cores?” Ele respondeu: “ah, cores não, cores são uma vulgaridade”. Achei a resposta insatisfatória, embora compreensível: era um lugar comum que ele repetia com a alegria de quem nem precisa elaborar. Adotei esse tom menos responsável e disse: “você gosta mesmo é de preto-e-branco”. Ele, com maior alegria (e maior originalidade do que na resposta elaborada), contestou: “gosto muito mais de preto do que de preto-e-branco”.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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