Para ler assistindo/ouvindo...
Mas que sei eu das folhas no outono ao vento vorazmente arremessadas quando eu passo pelas madrugadas tal como passaria qualquer dono? Eu sei que é vão o vento e lento o sono e acabam coisas mal principiadas no ínvio precipício das geadas que pressinto no meu fundo abandono. Nenhum súbito lamenta a dor de assim passar que me atormenta e me ergue no ar como outra folha qualquer. Mas eu sei que sei destas manhãs? As coisas vêm vão e são tão vãs como este olhar que ignoro que me olha.
Por Ruy de Moura Belo ( 27 de Fevereiro de 1933 - 8 de Agosto de 1978), poeta e ensaísta português.
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