A ela, caríssima Paloma, que nos últimos dias vem sendo muito presente em seus divinais comentários e participações neste espaço.
"dentro da caixa escura, nenhuma lua
mas a voz que chispas, acentua
no ar, a espessura quase feltro
no ar, que antes dela era neutro
como o sono sem sonhos,
ou preso no casulo de um pesadelo
(ao encontro dos dedos se rompe
sobre o nada, que a luz interrompe)
chega a voz, e recolhe e espalha
cada fragmento, "migalha de luz"
lento esboroar, de quem já fui, na tarde
a voz vara persianas,
cobre as dálias,
vai de encontro à lixa das cigarras."
"Voz", Cláudia Roquette-Pinto.
Um comentário:
Paloma Flores merece muitos posts, sim.
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