domingo, 19 de julho de 2009

like a rolling PROCESS




"Saber e não saber, ter consciência da completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso e depois torná-lo a esquecer; e, acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo.”



Dadas a precisão e a atualidade do assunto, fixemo-nos nisto, para que a massa da pizza não sole; parece algum tratado de ciência política ou alguma tese sobre marxismo-leninismo, mas o parágrafo em questão é um trecho de "1984", clássico do indiano George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) publicado em 1948 - 32 anos antes da fundação do Partideco dos Trabalhadores do Brasil, eternamente capitaneado pelo atualmente chefe da nação - e chef da pizzaria - Luis Inácio.


Apesar da estranha relação entre brasileiros e indianos na principal telenovela brazuca do momento - onde todos na Índia, PASMEM, teimam em falar o idioma português com extrema perfeição (??!!) - o INDIANO Orwell nem sonhava com e muito menos fazia idéia de um país de MILÉSIMA categoria como o Brasil, mas já tinha visto de perto o horror de certas utopias.
Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, ORWELL não se resume a apenas criticar o stalinismo e o nazismo, mas toda a nivelação da sociedade baseada no controle total do indivíduo a partir da supressão da liberdade.

A repetição da história, no nosso caso, é farsa ou tragédia? Ou pior que ambas, como prefiro teimar em ver?

Diante dos assombrosos absurdos que pairam na boa relação entre Lula e seus adversários históricos DE OUTRORA, já que Lulinha discursou, anos atrás, contra os "300 picaretas do Congresso", cornetou o "grileiro" Sarney, criticou a falta de honestidade de Maluf e foi um dos principais artífices do impeachment de Collor, o que teremos de história para contar em 2090?? Ou estaria eu exagerando demais ao buscar fatos que já deveriam ter sido esquecidos??

Socorra-me, cara Agnes, e tente ao menos me mostrar que os dias na França te façam pensar em um projeto de nação um pouco mais decente...

2 comentários:

Bruna Gala disse...

Gostei muito, Pablito. O que eu posso te dizer daqui de Portugal é que o Lula tem uma boa imagem pela Europa, é um governante bem representativo, diplomático e estabelece relações econômicas importantes para o Brasil. Mas, enquanto isso, os brasileiros continuam todos na "merda"... E ele se embola cada vez mais nessa estranha e obscura rede de ligações políticas...
Mudando de assunto, vai uma dica de leitura: "Digam-me como é uma árvore - Dos Cárceres Franquistas à Liberdade" de Marcos Ana. Não sei se foi publicado aí, mas recomendo! Beijo.

Agnes R. disse...

Caríssimo, infelizmente o Lula aprendeu a fazer política - no pior sentido da palavra - ao longo dos anos. Aliás, acho mesmo que jamais teria sido eleito presidente do Brasil se continuasse com uma postura tão de esquerda. E não é o primeiro e provavelmente não será o último governante que muda seu discurso após subir ao poder. Claro, nem por isso devemos nos "acostumar" com a idéia e aceitar tudo como estátuas. Mas, cá para nós, meu palpite é que com ou sem afagos do Lula, a cabeça do Sarney vai rolar...