"Havia mais cadência, a coreografia era mais armada, estudada. Hoje os passos são improvisados. Você pode ver que o indivíduo dificilmente repete o passo anterior.O camarada tinha que saber o tempo, por exemplo, que ele tinha de fazer determinada coisa enquanto a porta-bandeira rodava para que, quando os dois voltassem a se juntar, estivesse tudo direitinho. Era como se houvesse uma coreografia escrita. Isso tudo era levado em conta porque, mesmo quando não se julgava a dança do mestre-sala e da porta-bandeira, eles eram vigiados pelo pessoal da casa. OS CRÍTICOS ERAM OS COMPANHEIROS DA PRÓPRIA ESCOLA.
Por Carlos "Cachaça" (1902-1999), fundador da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em depoimento publicado no livro "As Escolas de Samba do Rio", de Sérgio Cabral.
Por Carlos "Cachaça" (1902-1999), fundador da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em depoimento publicado no livro "As Escolas de Samba do Rio", de Sérgio Cabral.
3 comentários:
Isso tudo porque, assim como muitas outras coisas valiosas no Brasil e no mundo, o carnaval foi vendido e se transformou em produto sem graça, igual, repetido, pop, em nome de mais ibope e poder.
Nesse inverno eu quase não lembrei do Carnaval...
é, tudo agora virou material de TV, srta.flores! na verdade todos que passam pela avenida querem tornar-se material com potencial televisivo e, no caso do casal citado aqui, valem mais as roupas, os figurinos, os sorrisos, as saudações aos famosos, e por este caminho iremos...
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