Poderia ter começado usando o tempo verbal no presente, mas o imperfeito deu-se mais apropriado, porque corria o ano de 84 e eu já um fã dos principais esportes do mundo.
Ainda que a maior fixação esportiva se desse pelas idas ao maracanã para ver o Flamengo campeão e uns jogos da seleção masculina de vôlei, prata em 82, a minha afinidade pelo esporte já aflorava - as mesmas belas flores da Paloma - e me encaminhava a este mundo de maneira irreversível.
O estalo inicial talvez tenha se dado com este daí das fotos acima, JOAQUIM CRUZ, que na madrugada de seis de agosto de 1984 não me tirou o sono mas me fez sonhar com o pódio.
Enquanto Joaquim corria rumo ao ouro eu, molecote dos mais sacanas, dormia intensamente; mas ao passo que era ninado ao braços de Morfeu, senti que a vitória viria. Ao acordar pela manhã, ouvi de minha mãe a informação: "Filho, aquele corredor de quem você gosta, o JOAQUIM CRUZ, ganhou o ouro!"; rapidamente rebati: "JÁ SEI!!!!!"
Sonho, visão ou poesia, antes que o questionamento da minha certeza frente a este fato viesse ao ar, saí de fininho com um sorriso irônico por ter confirmado o sonho e em nada lamentei por ter "perdido" o ouro que me marcaria em definitivo como um admirador do esporte em várias dimensões.
Aconteceu que na última sexta-feira, em um almoço com o designer Hans Donner, sequer apercebi-me de que a escolha da sede das Olimpíadas de 2016 estava em andamento e mais uma vez "perdi", tal qual o ouro do Joaquim, o anúncio da minha cidade de origem como a vencedora.
Da mesma forma que a minha mãe há 25 anos e alguns dias, Hans Donner, possivelmente o mais brasileiro entre os austríacos - que diremos entre os designers - me avisou com um abraço e um sorriso dos mais sinceros que o Rio de Janeiro havia ganho; mas desta vez eu não imaginei, nem sonhei e muito menos vivi poesias com o fato.
A "perda" do anúncio da cidade-sede me faz, agora, mudar o tempo verbal e vislumbrar um evento histórico no Rio daqui a sete anos. E espero não precisar citar outro gênio, Nélson Rodrigues, que "esmurrou" com palavras os que padeciam do "complexo de vira-latas" e repudiam a presença dos Jogos por aqui com argumentos esdrúxulos ligados aos nossos problemas, mazelas, chagas e conflitos.
Da mesma forma que a minha mãe há 25 anos e alguns dias, Hans Donner, possivelmente o mais brasileiro entre os austríacos - que diremos entre os designers - me avisou com um abraço e um sorriso dos mais sinceros que o Rio de Janeiro havia ganho; mas desta vez eu não imaginei, nem sonhei e muito menos vivi poesias com o fato.
A "perda" do anúncio da cidade-sede me faz, agora, mudar o tempo verbal e vislumbrar um evento histórico no Rio daqui a sete anos. E espero não precisar citar outro gênio, Nélson Rodrigues, que "esmurrou" com palavras os que padeciam do "complexo de vira-latas" e repudiam a presença dos Jogos por aqui com argumentos esdrúxulos ligados aos nossos problemas, mazelas, chagas e conflitos.
2 comentários:
Será que vamos assistir ao segundo "bota abaixo" do Rio de Janeiro?!
Já ouvimos por aqui comentários sobre a construção de um muro isolando as favelas da cidade maravilhosa, absurdo.
enfim.. rumo à 2016!
abraço!
Concordo plenamente. Impossível não ficar feliz com a escolha da nossa cidade como sede dos Jogos Olímpicos. Esse complexo de vira-lata tem de acabar! Só espero que o dinheiro seja bem utilizado e que melhore a qualidade de vida de nós, cariocas. Mas isso somos todos nós que temos de fiscalizar. Belo post, Pablito!
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