"A estrada 66 é a rota principal das populações em êxodo. A 66 é o caminho de um povo em fuga, a estrada dos refugiados das terras da poeira e do pavor, do trovejar dos tractores, dos proprietários assustados com a invasão lenta do deserto pelas bandas do norte e com os ventos que vêm ululando aos remoinhos do lado do Texas, com as inundações que não traziam benefícios às terras e ainda acabavam com o pouco de bom que ainda possuíam. De tudo isso os homens fugiam e encontravam-se na estrada 66, vindos dos caminhos tributários e das estradas sulcadas de calhas e de marcas fundas de rodas, que cortavam todo o interior. A 66 é a estrada-mãe, a estrada do êxodo.
(...) os homens em êxodo surgiam; às vezes um carro solitário, outras uma caravana inteira. Escutando o motor. Escutando as rodas. Escutando com os ouvidos e com os olhos e ocm as mãos a roda do volante, escutando com a palma de tuas mãos as palpitações da embreagem, e escutando com os pés a palpitação da estrada.
Escutando com todos os sentidos distendidos o bater das artérias de ferro e madeira do velho calhambeque; escutando à espreita de uma mudança de tonalidade ou de ritmo –tudo isso pode significar talvez mais uma semana de atraso na viagem.
Esse matracar? Será o ventilador? Quanto falta para chegarmos à cidade próxima?"
As Vinhas da Ira, John Steinbeck (1902 - 1968)
(...) os homens em êxodo surgiam; às vezes um carro solitário, outras uma caravana inteira. Escutando o motor. Escutando as rodas. Escutando com os ouvidos e com os olhos e ocm as mãos a roda do volante, escutando com a palma de tuas mãos as palpitações da embreagem, e escutando com os pés a palpitação da estrada.
Escutando com todos os sentidos distendidos o bater das artérias de ferro e madeira do velho calhambeque; escutando à espreita de uma mudança de tonalidade ou de ritmo –tudo isso pode significar talvez mais uma semana de atraso na viagem.
Esse matracar? Será o ventilador? Quanto falta para chegarmos à cidade próxima?"
As Vinhas da Ira, John Steinbeck (1902 - 1968)
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