DOIS MOTIVOS me levaram às palavras e imagens dessa postagem, e ambos se relacionam com a lista publicada no Jornal O Globo, que indicou a seu gosto os dez maiores filmes brasileiros da década. Logo, digo, repito e reiteiro que:
- CIDADE DE DEUS não é o primeiro colocado nem aqui nem no paraíso!! A falsa moralidade ali representada, com estética videoclipesca, em nada representa a realidade do livro, do país e muito pouco do que acontece nas favelas, e serve apenas para que o burgo tupiniquim ehcha ao copo de uísque e saia do cinema achando que fez a sua parte!
- Lavoura ARCAICA ficar em nono lugar em lista de dez mais é papo pra cego aderaldo nenhum botar defeito. Colocando as coisas em ordem, pus oito em ordem, na ordem de vários maravilhosos exemplos. A saber...
1- Lavoura Arcaica - ninguém ousou adaptar com tanta maestria um livro para as telonas como o fez Luiz Fernando Carvalho com este longa. Genial, estupendo, sufocante são adjetivos que caem sob medida ao filme: Selton Mello, Simone Spoladore, Juliana Carneiro da Cunha, Raul Cortez, uma constelação que serve como leitmotiv para o texto de Raduan Nassar fluir com extrema concisão. Resenhei o filme aqui neste espaço: http://umacapitalentrerioemanaus.blogspot.com/2007/07/7lavoura-arcaica.html
2- Abril despedaçado - Graças ao talento de Walter Salles, revi todos os meus (pre)conceitos sobre a questão das rixas familiares no nordeste brasileiro. José Dumont é um gênio, Rodrigo Santoro, quase. Resenha em ://umacapitalentrerioemanaus.blogspot.com/2008/06/famlias-em-pedaos.html
3- Central do BRASIL - marco da retomada do cinema nacional, Central expõe uma das mais claras feridas da sociedade brasileira ao focalizar a criança sem amparo como tema. Poucas vezes o dilema infantil brasileiro foi tão bem retratado nas telas, tudo sob o olhar poético do diretor Walter Salles, que usa trilha sonora impecável e atores adequados aos personagens. Quase um revival de "Pixote", mas muito acima deste em qualidade.
2- Abril despedaçado - Graças ao talento de Walter Salles, revi todos os meus (pre)conceitos sobre a questão das rixas familiares no nordeste brasileiro. José Dumont é um gênio, Rodrigo Santoro, quase. Resenha em ://umacapitalentrerioemanaus.blogspot.com/2008/06/famlias-em-pedaos.html
3- Central do BRASIL - marco da retomada do cinema nacional, Central expõe uma das mais claras feridas da sociedade brasileira ao focalizar a criança sem amparo como tema. Poucas vezes o dilema infantil brasileiro foi tão bem retratado nas telas, tudo sob o olhar poético do diretor Walter Salles, que usa trilha sonora impecável e atores adequados aos personagens. Quase um revival de "Pixote", mas muito acima deste em qualidade.
4- Tropa de Elite - Principal "substituto" de Cidade de Deus no tocante ao real retrato de violência no Rio de Janeiro que envolve policiais, favelados, traficantes e estudantes de classe alta, o filme triunfa por não fazer concessões a qualquer dos lados e por apostar na falta de soluções a médio prazo para um problema que determina novos conceitos morais, éticos e de conduta aos cidadãos da cidade mais do que partida e estraçalhada.
5- O Invasor - excelente thriller urbano dirigido pelo novato Beto Brant, cujo foco está na teia de relações criadas entre sócios que atuam em uma mesma empresa.O título "enobrece" e muito a obra por deixar no ar quem realmente vesta a carapuça de invasor na obra. Resenha de minha autoria em
6- Casa de Areia – o esplendor das imagens, uma das principais características do diretorAndrucha Waddington, é o ponto alto do filme. Ele trata com maestria os conflitos da protagonista, que chega em um lugar inóspito no Maranhão à procura de posses do marido. O inconformismo com o destino é o centro da trama, que faz os personagens irem do desespero à plenitude em vários momentos. Destaque para a fotografia e para as excelentes Fernandas Torres & Montenegro, que dispensam apresentações.
7- Narradores de JAVÉ -Comédia delirante e saborosa sobre um lugarejo denominado vale do javé, que está em vias de sumir do mapa por conta da construção de uma represa.
A obra lida com os dilemas dos habitantes de JAVÉ com sensibilidade e humor, tendo como figura central o mordaz Antonio Biá, interpretado pelo excepcional José Dumont –O MAIOR ATOR brasileiro com sobras e há tempos.
8- Amarelo Manga - Mais um exemplo de como investir nas entranhas do país pode render obras magníficas. Cláudio Assis mostra em seu primeiro longa um emaranhado de situações tidas como sub-humanas para muitos e que, no fundo, são corriqueiras para a maioria dos que vivem à margem dos padrões definidos como viáveis pela sociedade. Um país marcado pela descrença nos valores morais e pela "podre ambição" a todo custo, podridão essa reafirmada pela cor amarelada dita no título da obra.Destaque para a força dos diálogos e para as atuações de Mateus Nachtergaele e Chico Diaz.
5- O Invasor - excelente thriller urbano dirigido pelo novato Beto Brant, cujo foco está na teia de relações criadas entre sócios que atuam em uma mesma empresa.O título "enobrece" e muito a obra por deixar no ar quem realmente vesta a carapuça de invasor na obra. Resenha de minha autoria em
6- Casa de Areia – o esplendor das imagens, uma das principais características do diretorAndrucha Waddington, é o ponto alto do filme. Ele trata com maestria os conflitos da protagonista, que chega em um lugar inóspito no Maranhão à procura de posses do marido. O inconformismo com o destino é o centro da trama, que faz os personagens irem do desespero à plenitude em vários momentos. Destaque para a fotografia e para as excelentes Fernandas Torres & Montenegro, que dispensam apresentações.
7- Narradores de JAVÉ -Comédia delirante e saborosa sobre um lugarejo denominado vale do javé, que está em vias de sumir do mapa por conta da construção de uma represa.
A obra lida com os dilemas dos habitantes de JAVÉ com sensibilidade e humor, tendo como figura central o mordaz Antonio Biá, interpretado pelo excepcional José Dumont –O MAIOR ATOR brasileiro com sobras e há tempos.
8- Amarelo Manga - Mais um exemplo de como investir nas entranhas do país pode render obras magníficas. Cláudio Assis mostra em seu primeiro longa um emaranhado de situações tidas como sub-humanas para muitos e que, no fundo, são corriqueiras para a maioria dos que vivem à margem dos padrões definidos como viáveis pela sociedade. Um país marcado pela descrença nos valores morais e pela "podre ambição" a todo custo, podridão essa reafirmada pela cor amarelada dita no título da obra.Destaque para a força dos diálogos e para as atuações de Mateus Nachtergaele e Chico Diaz.
4 comentários:
Querido Pablo, concordo com Abril despedaçado, para mim, é o melhor filme do Walter Salles. E Lavoura Arcaica merecia melhor colocação, sim. Mas sou fã de Cidade de Deus. E acho que daria o primeiro lugar ao documentário Ônibus 174, de José Padilha, um filme que todo brasileiro deveria ver.
beijos!!!
Eu gosto de Cidade de Deus. E muito até... O problema é como as pessoas assistem a filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite. Muita gente acha que o Zé Pequeno e o Bope são o máximo....
Agora vc tá cult demais... Amarelo Manga? Haha. Eu colocaria também "O Céu de Suely", não sei se vc assistiu. Mexeu muito comigo. E com todas as mulheres que eu conheço que viram. Saí do cinema angustiada, parecia que tinha algo na garganta....
E tem "O ano em que meus pais saíram de férias" - o "A Vida é Bela" brasileiro (rs) que eu tb gosto.
Beijinhos.
linda val, ônibus 174 é mesmo bom, mas acho que fui vitimado pela pletora de imagens por parte da cobertura jornalística quando do sequestro, que o filme acabou por não me tocar tanto.
bruníssima, o meu problema com "cidade" passa pela inverossimilhança; aquilo ali não se relaciona com a verdade dos fatos, com o livro e muito menos com a visão dos reais envolvidos com a questão. mas é claro que o cinema não foi criado para ser sempre verdadeiro (:
amarelo manga foi pesado, não? hahaha! confesso que o primeir contato com a obra não me impressionou, mas qdo vi os outros filmes do cláudio assis acabei considerando o primeiro muito bom! estranho, não??
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