Akira Kurosawa, 1985
Buscar inspiração na obra “Rei Lear”, de Shakespeare, nunca se mostrou tarefa das mais fáceis. E muito menos simples deve ser fazer desta inspiração uma livre adaptação para o cinema. Mas é isto o que acontece em RAN, cuja tradução significa “caos”, onde o excepcional diretor japonês Akira Kurosawa nos mostra uma pessimista visão de mundo sobre as relações de poder, aqui sob a ordem da tradição oriental.
Vários filmes trataram da transição de poder em várias situações, mas ninguém como Kurosawa enxergou o caos e a desordem de maneira mais apropriada ao tratar do tema. As célebres cenas de batalha, envoltas em uma estarrecedora fotografia, e os longos e questionamentos sobre ética envolvem uma intrigante, violenta e excitante disputa pelo poder poucas vezes vista – apenas Copolla em “O Poderoso Chefão o fez com tamanha maestria – na sétima arte.
Quando estudei cinema, uma das técnicas da linguagem cinematográfica que mais me impressionaram foi a do “espaço-fora-da tela”; simular algo que poderia vir a acontecer, com os elementos entrando gradativamente na tela, é mesmo fascinante. O conceito de espaço-fora-da-tela propõe a idéia de um mundo em expansão, com a movimentação dos elementos indo e vindo no espaço da tela criando novas cenas.
Vários filmes trataram da transição de poder em várias situações, mas ninguém como Kurosawa enxergou o caos e a desordem de maneira mais apropriada ao tratar do tema. As célebres cenas de batalha, envoltas em uma estarrecedora fotografia, e os longos e questionamentos sobre ética envolvem uma intrigante, violenta e excitante disputa pelo poder poucas vezes vista – apenas Copolla em “O Poderoso Chefão o fez com tamanha maestria – na sétima arte.
Quando estudei cinema, uma das técnicas da linguagem cinematográfica que mais me impressionaram foi a do “espaço-fora-da tela”; simular algo que poderia vir a acontecer, com os elementos entrando gradativamente na tela, é mesmo fascinante. O conceito de espaço-fora-da-tela propõe a idéia de um mundo em expansão, com a movimentação dos elementos indo e vindo no espaço da tela criando novas cenas.
Ao romper com as limitações do teatro filmado, no qual toda a ação se desenvolve e se esgota dentro do quadro, no espaço-fora-da-tela as imagens em "off" entram em cena - quase sempre lateralmente - e simulam as possíveis novas imagens que virão a surgir.
Podemos ver isto sendo muito bem utilizado em "Janela Indiscreta", de Hitchcock, e também em "Ran", que tive acesso ainda criança, no qual as cores e excesso de guerreiros e cavalos sempre me fizeram buscar uma nova nova interpretação da obra. No vídeo abaixo temos um bom exemplo de como podemos analisar tal conceito na prática.
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