"Numa sociedade de classes a cultura também é de classes.
A sociedade de classes está ali demarcada.
A moça boazuda sai na frente da bateria porque está protegida.
E o folião é transformado num cara que paga por um abadá para poder sair atrás do carro de som e cercado por cordas."
"Em 1993, a Globo me chamou para comentar os desfiles e eu só aceitei o convite porque o considerei uma deferência à minha pessoa. Mas depois disso eu não quis mais. Além disso, não entendo mais de escola de samba. Só entendo as de antigamente."
Sérgio Cabral, possivelmente o jornalista mais entendido sobre carnaval no país, que foi comentarista das transmissões da Rede Manchete de 1984 a 1991.
"O povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual."
Joãosinho Trinta, em 1988, após a crítica ter falado mal do excessivo luxo do carnaval feito por ele na Beija-Flor naquele ano, e ANTES de estarrecer o mundo ao apresentar mendigos esfarrapados no desfile de 1989.
"Rapazes e moças cheirando lança-perfumes e aos abraços invadem o terreiro e instituem uma estranha maneira de deformação do samba, que, vindo do marginalismo para uma posição social simpática, volta ao passado marginal pela mão da juventude coca-cola." Fotolegenda publicada no Jornal do Brasil em 3 de fevereiro de 1948, às vésperas do carnaval daquele ano.
"A criação da Federação Brasileira das Escolas de Samba é fruto da politiquice. Foi criada para dar festas ao chefe da polícia."
Aloísio Neiva Filho, em 1947.
"Acho (o Paulo Barros, carnavalesco) um grande artista. Ele deveria expor suas criações na Bienal de São Paulo, certamente seria premiado. MAS CARNAVAL NÃO É A DELE. Ele não liga para a escola, aproveita-se dela para se promover. Se eu fosse presidente de escola de samba, ele não seria meu carnavalesco(...) Repito: ele não serve à escola. Se a escola vier bem ou se vier mal, tanto faz, o que importa é que ele venha bem."Fernando Pamplona, ex-carnavalesco,ex- cenógrafo e professor da Escola de Belas Artes do Rio, em entrevista concedida ao site "O Dia na Folia" em 2008.
Dizem que o Salgueiro contrata figurinistas e bailarinos profisisonais para organizarem e dirigirem o espetáculo.É importante ouvir isso, porque jamais qualqer um de nós recebeu um centavo sequer pelo seu trabalho para o carnaval."Fernando Pamplona, em carta publicada na Tribuna da Imprensa em 1963 após ser acusado de profissionalismo nas suas relações com o Salgueiro.
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