“Talvez fosse apenas falta de vida: estava vivendo menos do que podia e imaginava que sua sede pedisse inundações. Talvez apenas alguns goles (...) a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais (...) Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.”
Trecho de "Perto do coração selvagem", escrito por Clarice Lispector há 65 anos.
Com o título "Clandestina felicidade", cerca de 20 fotografias e textos reunidos ilustram,em exposição na capital portuguesa, a vida e obra de Clarice Lispector, uma das escritoras brasileiras mais influentes do século XX. A exposição sobre a escritora, que permanecerá em Lisboa até 15 de maio, é complementada com conferências e debates com especialistas em literatura brasileira, além de leituras, filmes e peças teatrais.
4 comentários:
Lindas as fotos!
Taí um excelente programa para a nossa amiga Bruna Gala, rs...
hahaha, podicrê! to com saudades da bruneca e dos nossos papos pra lá de instigantes e confortáveis!
e quem sabe a clarice não chega a paris em junho? (;
Querida Clarice... Era muito amiga do meu pai. Tenho um livro, "O mistério do coelho pensante", um dos infantis que ela produziu, com linda dedicatória para mim. Não gostei livro - não gosto muito do que ela escreve, essa é a verdade -, mas lembro do afeto.
Amo C.Lispector
um poço sem fundo. ecoa
(delirei nesta estrada)
Abraço
iv
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