quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

WIDE EYES chinese OPEN



Há algum tempo dominando o cenário político e  econômico mundial, a China resolveu agora abrir os olhos – sim, acredite, isso é possível – para o universo do tênis feminino. Inserir-se no mercado da modalidade que possui as mais belas atletas do mundo ainda não é o foco deles, mas ter duas chinesas entre as semifinalistas do Australian Open já é feito dos mais memoráveis.
Na Li (na imagem mais acima) e Jie Zheng mostraram muita qualidade nos jogos anteriores e deixaram um alerta para os amantes da bolinha: abram os olhos para o emergente tênis chinês, ainda que as belas demorem a surgir por aqueles lados.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MEMORIAM in extremu bellitia

Ava Lavínia Gardner, morta em 25 de janeiro de 1990

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

HIV CAMPAIGN - PART III

Selcuk Ozis, Grã-Bretanha


Catarina Monteiro, Portugal


Andrea Castelleti, ITÁLIA

Sara Gama, Portugal




Alexander Nikampour, EUA


Marvin Jastillana, EUA

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

anti-herói DESVAIRADO















A Descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto realas meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Botafogo etc.
Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde dos montes interiores. No outro lado da baía a serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava entrava em túneis. Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade.












O Sul-Americano Calabar
Torcida indígena a favor de um imperialismo "civilizador".
Leitor pequeno-burguês, não será você?
No Brasil há duas correntes de opinião: os que acreditam que a guerra holandesa acabou
e os que sabem perfeitamente que ela continua,
através de fundings, empréstimos e tomadas de poder
por este ou aquele grupo calabarista.


Poemas de José Oswald de Andrade Souza, nascido em janeiro de 1890, há 120 anos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

pernóstico aos 9 anos



O ano era o de 1985, e uma viagem a Recife me fez aprender que o espírito da música é universal. No caso o mundo do rock, cujas expressões "oh yeah", "u hú" e "úlll" tornaram-se frequentes a minha escuta a partir de então.
Os nomes que pintavam naquele janeiro eram-me os mais estranhos: AC/DC, Whitesnake, Scorpions e coisas do gênero. Mas a apresentação que mais me chamou a atenção naquele foi a do grupo Queen, no qual os gestuais do folclórico Freddie Mercury chamavam-me atenção a todo tempo; os closes em suas partes glúteas e tórax me obrigaram a comentários do tipo,"porque a b. dele é assim?", "porque o peito é assado", etc.
Após inúmeras observações do show, chega a mim o seguinte comentário: "Pablito, você está muito pernóstico hoje".
Abaixo, Freddie Mercury e o Queen em ação, a exatos 25 anos do Rock in Rio:


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

AUSTRÁLIA 40 GRAUS









AUSTRALIAN OPEN DE TÊNIS
12 A 25 DE JANEIRO DE 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

MEMORIAN in rugitu



"Somente os mortos verão o fim da guerra"
Platão


Último sobrevivente dos destroços deixados pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, o japonês Tsutomu Yamaguchi (foto acima) morreu anteontem, vítima de um câncer de estômago.
Em 9 de agosto de 1945, o então engenheiro Yamaguchi estava a 2 km do chamado ponto zero, em Hiroshima, local exato da explosão da segunda bomba lançada pela aviação norte-americana.
Yamaguchi sofreu sérias queimaduras nos braços e foi dos poucos que conseguiu sobreviver. Mais de 210 mil pessoas morreram com os ataques, se contarmos os vitimados pelas ondas de calor da explosão e os que nos meses seguintes sofreram com as radiações.
Quis o destino que Yamaguchi viesse a morrer em Nagasaki, cidade também vitimada com a bomba atômica, tal qual Hiroshima. Destino esse profetizado pelo pré-socrático Platão, que explicou ao mundo como a esperança deve estar sendo oferecida aos olhos de Yamaguchi a partir de agora.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

SEIS (ou sete? ) MUSAS e ATLETAS em 2009





1.Há pouco o que dizer da musa maior do esporte em 2009, já que essa deusa do ébano brilhou com sobras nas quadras - e fora delas também, claro - faturando dois Grand Slams e detonando todas, sem dar chances, na copa do Mundo de fim de ano. Mas o problema é que sou suspeito de tanto o que já elogiei a Serena Williams por aqui e por perder muito da minha razão quando a beleza irrefutável encontra-se em destaque.


2. Escalar essa neste timaço foi fácil, e duvido que alguém tire o troféu de mais bonita do ano das mãos da paraguaia Leryn Franco. A atleta do arremesso de dardo apresentou suas habilidades em Atenas, em 2004 - quase imperceptíveis, não? - e nunca mais parou de cerrar os olhos frente ao excesso de flashes vindos das câmeras universo afora.
PALMAS E FOTOS PARA ELA, SEMPRE.






















3. Imagine alguém jovem, bela, esbelta e ter porte atlético para atuar na...atuar que nada! O LANCE EM FOCO é o salto com vara, esporte escolhido por Allison Stoke, a estonteante norte-americana de 19 anos que chegou com tudo à vitrine em 2009 e que é outra que dispensa muitos comentários - evitei discorrer sobre a referida vara para não me complicar em meio aos possíveis trocadilhos...























4. Golfista americana cuja origem remonta à Letônia, Natalie Gulbis entrou na listinha, óbvio, muito porque também o referido esporte vive a revelar figurões feiosos todo dia, e nada como uma loura de minissaia com um taco em punho para fazer a alegria da rapaziada.

















5. Mais uma que extrapolou os limites da beleza e entrou na parada também pelos dotes esportivos: a atacante da seleção italiana de vôlei Francesca Piccininni brincou nas quadras com seu estilo forte e arrojado, levantou muitos prêmios de melhor jogadora do ano e alçou a Itália COMO UMA DAS favoritas do vôlei para 2010.

Ela andou falando algumas asneiras em 2009, mas...ah, deixemos pra lá...

6. Presença garantida em qualquer lista de musas que se preze, a mulher brasileira aqui veio em dose dupla: as irmãs Bianca e Beatriz Feres deram muito trabalho aos fotógrafos mesmo fora das piscinas, e o nado sincronizado serviu apenas como pano de fundo...

sábado, 2 de janeiro de 2010

IMAGENS de um novo TEMPO


Por Pablo Lima, publicado na edição de dezembro de 2009 da Revista Fashion Life.

Segundo o dialeto austríaco, a expressão zit isch do quer dizer “chegou a hora”. Zit isch do era o som que o menino Hans identificava ao ouvir o canto de um pássaro na pequena cidade de Hard, na Áustria, na fronteira com a Suíça, onde passou boa parte de sua infância.

Decorridos alguns anos, o agora designer Hans Donner continua marcando o tempo, só que agora através de nuances entre claro e escuro, como no enorme monitor a sua frente em sua sala de trabalho.

É a partir desta lente privilegiada e do momento criativo de sua trajetória que ele se depara com um universo de novidades, entre as quais uma outra forma de marcar e enxergar o tempo, além dos números e ponteiros.

Com o nome de Timension, um novo marcador de tempo surge como uma inovadora proposta visual que promete mudar a cara dos relógios. Hans Donner foi buscar na natureza a concepção do Timension, uma maneira de ver o tempo diferente da forma tradicional a que estamos habituados, os tradicionais relógios com ponteiros, números e marcos precisos. A proposta do Timension – cujo nome é uma aglutinação das palavras time e dimension, respectivamente “tempo” e “dimensão” em inglês – se baseia na alternância entre luz e sombra. “O homem primitivo marcava a passagem do tempo com a relação entre o dia, com a presença do sol e da claridade, e a noite, a escuridão”, explica Donner. Enquanto o nascer e o pôr do sol serviam como marcos para os povos do passado, o planeta Terra, cuja metade está na sombra enquanto a outra metade fica iluminada, serve como base para o novo design do tempo.

No Timension, três círculos movem-se em rotação permanente: o círculo mais interno, que se move constantemente, representa os segundos; o círculo mais externo marca a passagem dos minutos e entre estes está o círculo das horas. A programação visual proposta pelo Timension vai de encontro à mecânica criada com os três ponteiros, criada e difundida no século 19.














Para quem nunca havia usado um relógio de pulso antes de a ideia do Timension ser colocada em prática – “via as horas nos relógios dos outros, de cabeça pra baixo” – Hans Donner entende que o Timension chega para dar mais naturalidade ao que o tempo representa para a humanidade. “O Timension nada tem a ver com ponteiros, cronometragens e divisões exatas. Inventaram números para interpretar o tempo, mas este curso precisa de suavidade e de poesia’, explica Hans, que pode ser visto como o homem que conseguiu suavizar a passagem do tempo. “O mundo é dinâmico, as pessoas não querem ficar presas a paradigmas. Santos Dumont popularizou o relógio de pulso no século 20 porque aquilo tornou-se novo aos olhos das pessoas. Quando pensei em definir o tempo não me prendi a dados fixos nem à história dos relógios e dos seus criadores. Vejo no Timension uma maneira abstrata de sentir a passagem do tempo”, define.

Da mesma forma que com o advento dos gravadores de imagem ninguém mais foi obrigado a assistir a um programa de TV em horário pré-determinado, é possível que o novo tempo precise de outras referências; segundo as palavras do amigo Guto Franco, filho do ator Moacir Franco, “com o Timension, a nova forma de ver o tempo não é um marco apenas estético, mas também filosófico”. Entre alguns projetos, o novo relógio deve marcar presença em projetos arquitetônicos de mobiliário urbano em alguns países do mundo, como Angola e Cingapura.
O conceito também deve tornar-se acessível em produtos como relógios de pulso, telas de computadores e painéis de automóveis.


O Brasil como ponto de partida

Às 13h51, no meio da entrevista, sorrisos e gritos pipocam no local ao ser anunciado que o Rio de Janeiro fora a cidade escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. “Vamos colocar o Rio de Janeiro no seu lugar de direito entre as maiores e melhores cidades do mundo”, afirma um eufórico Hans, possivelmente o mais brasileiro entre os austríacos – ou alemães – em todo o planeta.

O sonho do Timension está sendo lapidado desde o ano de 1986, e foi posto em prática com um mostrador de oito metros de diâmetro instalado na Avenida Paulista, no centro da cidade de São Paulo. Para dar novas asas ao projeto, o Brasil é considerado por Donner como o local fundamental para o Timension se desenvolver. Para ele, relações entre o Brasil e o Timension não faltam, e o país é visto como o ponto de partida para o projeto decolar mundo afora. “O Brasil é a plataforma central do projeto e tem em sua beleza e alegria o cenário ideal para os acontecimentos da nova era. A imagem do Brasil que a mídia projeta para o mundo, muitas das vezes, é a imagem da escuridão. Ganhei um presente do universo e faço questão de dizer que tudo nasce no Brasil porque aqui é a expressão da espontaneidade, da emoção e temos esse lado luminoso que faz tudo funcionar de maneira alegre por aqui. Vamos atingir toda a população do mundo, que estará de olho no Brasil”, explica, já lembrando da Copa do Mundo e das Olimpíadas que aqui serão realizadas. Os projetos do Timension devem abarcar as principais cidades do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador.

Coube a Hans Donner chegar ao Brasil e perceber aqui a excelência de um país ao traduzi-lo em cores e múltiplas dimensões. O olhar estrangeiro enxergou no país algo que o Brasil ainda não conhecia, o seu próprio visual, ao mesmo tempo moderno, global e cosmopolita.
Para um projeto de tamanha envergadura dar certo no país, outras razões além do esporte não faltam, como a importância ecológica e ambiental e o desenvolvimento sustentável, exemplos que retratam um Brasil em expansão.

“As grandes decisões que levam em conta o futuro do planeta passam efetivamente pelo Brasil, e isso é um exemplo de quanto o país é significativo. O brasileiro passa a ser o porta-voz de um novo tempo para o mundo”, define Donner, que se considera um operário, um artífice a serviço do Brasil, em retribuição ao país que o acolheu e onde escolheu para fincar suas raízes.

Além do Timension, o Brasil inspira Hans Donner em vários outros projetos, como o “2014 Bis”, que pretende mostrar outras facetas do Brasil na Copa. “Tenho uma ligação muito forte com o Santos Dumont, o inventor do 14-Bis e um dos maiores difusores do relógio de pulso”, afirma. Outro projeto em pauta está relacionado às comemorações dos 50 anos de Brasília no ano que vem.


Cobras e sapos: novas formas de um mundo em expansão

Nascido na Alemanha e criado na Áustria, Hans iniciou sua paixão pelo Brasil em 1958, quando, com apenas 10 anos, acompanhou os jogos da Copa do Mundo de Futebol realizada na Suécia: “Eu era goleiro nas peladas da infância e virei logo fã do Gilmar, craque daquela seleção fantástica”, conta, lembrando que o primeiro título do Brasil em copas do mundo viria, para o mago da computação gráfica do país, em uma pequena e precária TV em preto e branco, já prenunciando que o Brasil e a dualidade entre claro e escuro iriam fazer parte de toda a sua vida.
Muito da inspiração e da energia que o faz criar novas formas de ver o mundo vem dos filhos João Henrique, de cinco anos, e José Gabriel, de quatro. Com o primeiro deles, a identificação vem da maneira mais direta possível, em forma de vida. Nesse caso, a vida animal como metáfora para uma nova realidade. “Quando João Henrique viu o Timension no meu pulso, ele disse que o relógio convencional marcava as horas como um sapo que salta, e que no meu a passagem do tempo desliza como uma cobra. Isso é o maior exemplo de que o homem precisa ver o tempo deslizar, de maneira leve e gradual”, orgulha-se.

Hans é daqueles pra quem a vida sempre conspira a favor. As coincidências que o mundo lhe oferece ultrapassam e muito a noção de acaso. “Os acontecimentos estão cheio de significados, é só olhar para as oportunidades que surgem”, afirma, tendo como espelho a própria vida, desde a escolha de vir para o Brasil e da oportunidade que tem agora de quebrar o paradigma de ver o tempo de uma forma geometricamente determinada, fixa e preestabelecida.

Apesar do prestígio, Hans é daqueles que consegue voar – assim como os pássaros em Hard – com os pés no chão. “A tecnologia e eu não somos exatamente íntimos. Mantemos uma relação, no mínimo, diferente. Nunca fui de pesquisar, de procurar conhecer os recursos disponíveis e, a partir deles, idealizar meus trabalhos. Primeiro chegam as ideias e depois me empenho para realizá-las. O curioso é que, mesmo distante da tecnologia, por uma força qualquer, as soluções vêm ao meu encontro”. Longe de trazer a si o rótulo de um designer tradicional, Donner quer ser visto como alguém cujas fronteiras ultrapassam os limites da televisão. Responsável pela criação da logomarca da Rede Globo, emissora que o lançou ao estrelato após inúmeros projetos de sucesso, entre aberturas e vinhetas para a TV, ele sabe da dificuldade de desatrelar a sua imagem desta quase que indelével marca.

“Não desprezo a importância do meu passado e presente aqui. Ganhei o melhor emprego de designer do mundo, mas sinto que agora surgiu a oportunidade de embelezar o planeta a cada segundo, minuto e hora”, afirma, com o mesmo vigor com que fala da universalidade do Timension. “Será um relógio da humanidade”.

Remetendo ao pássaro que cantou a infância de Hans Donner, o tempo da luz é agora.