quinta-feira, 31 de julho de 2008

1 ANO SEM BERGMAN

INGMAR VIVE..
...as descobertas


...as incertezas


...os conflitos





...as dores das perdas



...o êxtase



...seus desejos



...à espera do mal


...as alegrias


...o decorrer do tempo

...jogando com a morte.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

PÉ POR SI

"Fiz o caminho. Sem tomar direção, sem saber do caminho. Pé por pé, pé por si. Deixei que o caminho me escolha. Na travessia, só silêncio. O nenhuns-nada. O alegre, mesmo, era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma. Nessa estrada, salvou-me a palavra. Como sabem ser duros os caminhos, pelos quais a gente vai, só pensando na volta.Se você escolheu o caminho não pode recusar a travessia...

VOILA, CAXIAS !


ACADÊMICOS DO GRANDE RIO - CARNAVAL 2009

Enredo: Voila, Caxias! Para sempre liberte, egalité, fraternité. Merci beaucoup, Brésil! Não tem de quê!

No carnaval de 2009, o G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio fará uma homenagem ao ano da França no Brasil. Para tal, nossa intenção é consolidar a relação fraterna entre esses dois países que, ao longo da história, sempre tiveram uma relação próxima, preponderante, entre outras coisas, para a construção da identidade do Brasil como Nação. Os últimos anos, quer seja nas artes, ciência, tecnologia, educação ou na cultura em geral provam que a França sempre se fez presente em nosso país. Em 2005, foi comemorado o Ano da Brasil na França e nós brasileiros fomos homenageados com uma série de eventos e atividades culturais, que proporcionaram aos franceses o conhecimento, mesmo que de forma condensada, de nossa diversidade artística. Em 2009, Ano da França no Brasil, cabe a nós receber e exaltar as mais diversas atividades culturais e artísticas francesas, retribuindo igual homenagem, mostrando assim, sua importância aos brasileiros e renovando nossas ligações com esta Nação. E nada melhor do que o carnaval, maior espetáculo da Terra, para ser palco dessa grande festa de confraternização. Sendo assim, a Grande Rio, através do enredo "Voilá Caxias! Para sempre Liberte, Egalité, Fraternité. Merci beaucoup Brésil! Não tem de quê!", pretende enaltecer os vários anos de presença francesa no Brasil, justificando a reciprocidade existente entre estes dois países. ...O sol que ilumina a corte...

domingo, 27 de julho de 2008

DOTADO DE FORÇAS NATURAIS E PRIMITIVAS



"O Brasil, com sua fina armadura moderna colada sobre esse imenso continente fervilhante de forças naturais e primitivas, me faz pensar num edifício corroído cada vez mais de baixo para cima por traças invisíveis. Um dia o edifício desabará, e todo um pequeno povo agitado, negro, vermelho e amarelo espalhar-se-á pela superfície do continente, mascarado e munido de lanças para a dança da vitória."


27 de julho de 1949, "Díário de viagem", Albert Camus.

sábado, 26 de julho de 2008

14. tão logo a noite acabe




Dar-me um presente no dia de aniversário não poderia ter encontrado melhor destino do que lembrar do meu samba preferido, aqui representado pela voz de Marina Lima e do próprio Paulinho, autor da célebre obra.


Para Um Amor no Recife
Paulinho da Viola

A razão porque mando um sorrisoE não corroÉ que andei levando a vidaQuase mortoQuero fechar a feridaQuero estancar o sangueE sepultar bem longeO que restou da camisa colorida que cobria minha dorMeu amor eu não esqueçoNão se esqueça por favorQue voltarei depressaTão logo a noite acabeTão logo este tempo passePara beijar você

ANIVERSARIANTE DO DIA...

...para quem imaginava um endomarketing, SIR jagger...



sexta-feira, 25 de julho de 2008

STRIKE A POSE


"Vejam, esta é minha vida. Sempre será. Não há nada mais. Apenas nós, as câmeras e aquelas pessoas maravilhosas lá fora no escuro. Tudo certo, Sr. De Mile. Estou pronta para o meu close-up."

GLÓRIA SWANSON, no momento de sua prisão, imaginando estar num set de filmagem no filme "Crepúsculo dos Deuses" (1950).

quinta-feira, 24 de julho de 2008

PROCELAS NADA POLÍTICAS




"As revoltas da consciência contra as más causas, ainda contra as piores, não azedam um coração desinteressado. O meu tem atravessado as maiores procelas políticas, às vezes sossobrado, ferido, sangrando no entusiasmo e na esperança, mas sem fel."

Rui Barbosa

quarta-feira, 23 de julho de 2008

SORRIA, BARRETO !


"V. O. tem no riso algo parecido com o J. B. e algumas vezes sublinha as frases com contrações da fisionomia e do canto dos lábios, e tem gestos parecidos com ele. O riso é antipático. Dostoiévski diz que se o riso de um desconhecido é agradável, ele é homem honesto. O do V. O. é desagradável, soa como um chocalho de côco ou cabaça."

O Cemitério dos Vivos, Lima Barreto.

terça-feira, 22 de julho de 2008

13. I´M GOING HOME




Woodstock, de novo! agora pra delirarmos com Alvin Lee em um solo magistral de guitarra e muita energia em um dos principais shows do evento, e aqui a bordo de uma de sua principais canções, "I´m going home".
Bandleader do grupo "Ten Years After", Alvin Lee sempre se destacou pela forma singular com que cativava a platéia com seus solos e a maneira virtuosística que usava o instrumento, além da voz carismática.
Alvin deixou o grupo em 1975 e optou pela carreira solo.

UM POUCO DE BOA TRISTEZA






















É proibido sofrer
Arnaldo Jabor


O Brasil está se defrontando com o absurdo de sua estrutura institucional. Esta explosão galáctica da crise entre polícia, política, judiciário, empresariado, estado e capital, revela o tumor do absurdo nacional. Olho em volta e tenho de comentar o incompreensível, o indestrutível, o inexplicável, o inevitável, o incurável, o impossível. É desanimador. Deprimo, porque vivemos no Brasil uma dupla mensagem: tragédia nas notícias e gargalhadas nas revistas de celebridades. Dentro da paisagem tenebrosa, somos obrigados a ser felizes.
Hoje em dia é proibido sofrer. Temos de "funcionar", temos de rir, de gozar, de ser belos, magros, chiques, tesudos, em suma, temos de ter "qualidade total", como os produtos. Para isso, há o Prozac, o Viagra, os "uppers", os "downers", senão nos encostam como mercadorias depreciadas.
No entanto, a depressão tem grande importância para a sabedoria; sem algum desencanto com a vida, sem um ceticismo crítico, ninguém chega a uma reflexão decente. O bobo alegre não filosofa pois, mesmo para louvar a alegria, é preciso incluir o gosto da tragédia. No pós-guerra, tivemos o existencialismo, o suicídio da literatura com gênios como Beckett e Camus ou o teatro do absurdo, o homem entre o sim e o não, entre a vida e o nada.
A infelicidade de hoje é dissimulada na alegria obrigatória. "A depressão não é comercial", lamentou um costureiro gay à beira do suicídio, mas que tinha de sorrir sempre, para não perder a freguesia.
O bode pós-moderno vem da insatisfação de estar aquém de uma felicidade prometida pela propaganda e pelo mercado. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Ninguém quer ser "sujeito", com limites, angustias; homens e mulheres querem ser mercadorias sedutoras, como BMWs, Ninjas Kawasaki.. E aí, toma choque, toma pílula, toma tarja preta. Só nos resta essa felicidade vagabunda fetichizada em êxtases volúveis, famas de 15 minutos, "fast fucks", raves sem rumo.
O mercado nos satisfaz com rapidez sinistra: a voracidade, o tesão, o amor. E pensamos: "E se não houvesse mais desejo? Eu posso escolher o filme ou música que quiser, mas, nessa aparente liberdade,"quem" me pergunta o que eu quero? A interatividade é uma falsificação da liberdade, pois ignora meu direito de nada querer. Eu não quero nada. Não quero comprar nada, não quero saber nada, quero ficar deprimido em paz.
Estava neste ponto do artigo, quando Ananda Rubinstein, cientista política, me enviou um texto chamado "Elogio da Melancolia", de Eric G. Wilson, da Universidade de Wake Forest. Veio a calhar. Com destreza acadêmica, ele aprofunda meus conceitos. Ele escreve:
"Estamos aniquilando a melancolia. Inventaram a ciência da felicidade. Livros de auto-ajuda, pílulas da alegria, tudo cria um "admirável mundo novo" sem bodes, felicidade sem penas. Isto é perigoso, pois anula uma parte essencial da vida: a tristeza." Ele continua:
"Não sou contra a alegria em geral, claro...Nem romantizo a depressão clínica, que exige tratamento. Mas, sinto que somos inebriados pela moda americana de felicidade. Podemos crer que estamos levando ótimas vidas simpáticas e livres, quando nos comportamos artificialmente como robôs, caindo no conto dos desgastados comportamentos "felizes", nas convenções do contentamento. Enganados, perdemos o espantoso mistério do cosmo, sua treva luminosa, sua terrível beleza. O sonho americano de felicidade pode ser um pesadelo. O poeta John Keats morreu tuberculoso, em meio a brutais tragédias, mas nunca denunciou a vida. Transformou sua desgraça em uma fonte vital de beleza. As coisas são belas, porque morrem - ele clamava. A rosa de porcelana não é tão bela como aquela que desmaia e fenece.
A melancolia, a consciência do tempo finito é o lugar de onde se contempla a beleza. Há uma conexão entre tristeza, beleza e morte. Só o melancólico cria a arte e pode celebrar a experiência do transitório resplendor da vida. A melancolia, longe de ser uma doença, é quase um convite milagroso para transcender o "status quo" banal e imaginar inéditas possibilidades de existência. Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo, previsível como metal. Deste modo, o mundo se torna desinteressante e morre. Todo mundo ficaria contente com o que lhe é dado (que, aliás, é o sonho do Mercado: a satisfação completa do freguês). Mas quando a gente permite que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente. Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades. A felicidade torna-se pouco -passamos a querer algo mais: a alegria ("joy").

Mas, por que não aceitamos isso e continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?
A resposta é simples: por medo. A maioria se esconde atrás de sorrisos tensos porque tem medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas. Para fugir desta contemplação atemorizante, nos perdemos em distrações vãs e em um bom humor programado. Somos de uma natureza incompleta, somos de vagas potencialidades, e isto faz da vida uma luta constante em face do desconhecido. Usamos uma máscara falsa, sorridente, um disfarce para nos proteger do abismo. Mas, este abismo é também nossa salvação. Ser contra a felicidade é abraçar o êxtase. A aceitação do incompleto é um chamado à vida. A fragmentação é liberdade." É isso aí.
A felicidade tem um pouco de tristeza.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

as 10 piores capas...

..de discos em todos os tempos! quem encontrar algo pior, favor comunicar-me!















sábado, 19 de julho de 2008

IBERIA DEPORTIVA
















Com os últimos resultados obtidos no esporte, muitos já olham para os espanhóis como os atuais detentores do rótulo de possível país do esporte em 2008! Com o excepcional Rafael Nadal nas quadras de tênis, passando pelos campeões mundiais masculinos de basquete e vôlei e, por último, pelo triunfo da equipe de futebol na Euro, as câmeras em Pequim já devem saber pra onde olhar durante o mês de agosto.




























sexta-feira, 18 de julho de 2008

GODARD + BORGES



"O TEMPO é a substância de que sou feito. O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; é um tigre que me despedaça, mas eu sou o tigre; é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo."

Por Jorge Luis Borges, citado por Jean-Luc Godard em "Alphaville", filme de 1965.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

COMPENSAÇÃO ILUSÓRIA

































p.s: quem ainda tiver bom-humor pra dar após ler a postagem, disponibilizei aqui dez imagens de "assassinos" - ou compensadores (?!) do cinema. Dou um doce - não uma bala, óbvio- pra quem acertar os títulos das obras a cujas imagens se referem...

DESEJO DE MATAR
Da idolatria ao Capitão Nascimento à morte do menino João Roberto: a gente já viu esse filme...

Por Arnaldo Bloch, 12 de julho de 2008.

De tudo o que se disse até agora sobre a morte do menino João Roberto, para lá dos especialistas e palpiteiros, as palavras mais sensatas foram, de longe, as do pai da vítima, Paulo Roberto Soares: “O Estado não tem carta branca para matar ninguém. Aqui não tem pena de morte. E se fossem bandidos? Que prendessem os caras!” Tamanhas clareza e consciência do estado de direito são de espantar no quadro atual, ainda mais vindos do pai da vítima, que poderia estar, até justificadamente, tomado por idéias de vingança. Se o pensamento de Paulo Roberto fosse o mesmo que orientasse as ações — e, por que não dizer?, a doutrina — da PM, seu filho ainda estaria vivo. Mas, infelizmente, as idéias de Paulo Roberto estão longe de predominar, e não é só na PM: na sociedade como um todo e, especialmente, no Rio de Janeiro, suas palavras soam absurdas. Na cidade onde ainda imperam as teses de que “bandido bom é bandido morto” e de que “direitos humanos são coisa de amigo de meliante”, onde se aplaude execução de ladrão de galinha atrás de camburão na entrada do Rio Sul, quem é que vai dar ouvidos à sensatez de Paulo Roberto?O pensamento reinante, ao contrário, é de que o Estado tem, sim, direito de executar, e deve fazê-lo, sistematicamente. De que a pena de morte só não existe no papel, porque, na dura realidade, tem mesmo é que metralhar. Dizer, como fez o pai de João Roberto, que, bandido ou inocente, criança ou facínora, “aqui não se mata, aqui se prende” soa como uma afronta à lógica estabelecida. Não à toa, foi rapidamente aceita como definitiva a tese de que a morte de João Roberto foi um fato grave, mas de ordem técnica, cuja origem está na falta de treinamento e de reciclagem dos policiais.Não nos enganemos. Ainda que os PMs precisem de cursos (assim como precisam de melhores salários e condições de trabalho), o problema central está longe de ser esse.
Mais que os PMs, quem está precisando de uma reciclagem é a sociedade civil e suas idéias envelhecidas, autoritárias, covardes, que se refletem, naturalmente, nas instituições. No final, é claro que uma bala vai acabar ricocheteando na cabeça de um de nossos filhos. Difícil é enxergar a que ponto a bala foi disparada por nós mesmos.Ou será que já esquecemos que, menos de um ano atrás, o matador e torturador Capitão Nascimento, de “Tropa de elite”, virou ídolo nacional? Esquecemos que, no último réveillon de Angra, ele foi destaque no desfile de embarcações? Esquecemos que, em nossa cidade, os batalhões, para se motivar, saem às ruas “animados” pela trilha do filme? Esquecemos que estamos no Rio de Janeiro, estado e cidade das chacinas de menores, das milícias, da Assembléia e da Câmara lotadas de figuras da mais baixa estatura moral, criminosos de ficha gorda, corruptos de carteirinha, representantes legais das máfias que arrotam projéteis em nossas ruas à luz do dia (e olha que nem falamos ainda do tráfico...).O que matou o menino João Roberto não foi a falta de treinamento. Foi o culto à morte que, faz tempo, se estabeleceu por aqui. Um culto relacionado, sim, à noção de conflito generalizado, mas que não se restringe a este aspecto circunstancial: transformou-se, já, numa sede, numa fome de matar, desejo permanente de vingança que, facilmente, animado pela cultura de massa, se converte num prazer cinematográfico, uma personificação coletiva dos heróis assassinos, uma compensação ilusória para a impotência do cidadão. A impotência do cidadão, contudo, não é fruto só de sua vitimização pelo poder público, pela bandidagem, pela injustiça, pelo que quer que seja: a impotência é também uma escolha. A escolha de permanecer na ignorância.








A escolha de não assumir a própria responsabilidade na disseminação da doutrina da morte. A escolha (esta, internacional) de não debater temas fundamentais, como a relação direta entre a proibição das drogas e o fortalecimento do tráfico e, conseqüentemente, de seus tentáculos nas estruturas corruptas instaladas nas instituições. A escolha do preconceito. A escolha da humilhação. A escolha de aprovar os presídios superlotados, onde se cultiva mais e mais sede de vingança, numa dinâmica de retroalimentação que, no fim da linha, faz sofrerem não apenas os detentos — mas quem está cá fora, achando que encarcerar gente como se encarcera porco (os porcos são mais bem tratados) vai resultar em alguma paz social. Como se a resposta não viesse em dobro e, talvez, através de uma saraivada de tiros cravada pelas forças da lei no coração de alguém que a gente ama.


Que coragem a do pai de João Roberto ao contrariar esse discurso velho, infame, irracional, que predomina entre nossos pares. Não tivesse ele perdido o filho e dissesse a mesma coisa, já estaria sendo apedrejado. Coragem como a dele, só a de admitir a nossa parte de culpa na morte de João. Se conseguirmos, será um primeiro passo rumo à verdadeira justiça e a uma sociedade melhor.

Елена Исинбаева

Não estranhe se o título em russo não te disser muita coisa, pois superar a barreira dos cinco metros não é mesmo tarefa pra qualquer um entender! O nome a ser traduzido é o de Yelena Isinbaeva, ninguém menos que a atual recordista mundial de salto com vara.


A marca de 5. 03 m foi alcançada durante a terceira etapa da Golden League de Atletismo, disputada em Roma neste último fim de semana.


A marca anterior pertencia à própria competidora, que havia estabelecido 5,01 metros em 12 de agosto de 2005, durante disputa em Helsinque.