sábado, 26 de setembro de 2009

SE ROLAR, ROLOU















Chegou a hora do "rola" mais aguardado do ano, o ADCC 2009. Apesar de a sigla referir-se a Abu Dhabi (Combat Club), o Sheik dos Emirados Árabes Unidos emprestou o nome da organização que criou aos espanhóis e, por essa razão, o principal evento de luta agarrada sem kimono vai acontecer em Barcelona neste fim de semana.
Feríssimas de várias modalidades como Ronaldo Jacaré, Xande Ribeiro, André Galvão, Jeff Monson e Fabrício Verdum marcam presença na parada, que promete ser a mais quente dos últimos anos, apesar de os combates terem sido deslocados do deserto para a Catalunha.









quarta-feira, 23 de setembro de 2009

38. SÃO JOÃO fora de época

Do último post trouxe pra cá o Caetano, as metáforas, as referências artísticas e também o sangue; do primeiro a família, cujo talento sanguíneo pulsa acordes e notas musicais de qualidade infindável.

Da irmã mais moça do clã Veloso, Maria Bethânia, personagem principal do vídeo, tiramos a ternura, poucas vezes vista em momentos de apoteose individual.

Como recurso metafórico podemos usar o fogo, que representa calor e encontra sentido na afetuosidade mostrada pelo afeto familiar entre Bethânia, Caetano, três de seus irmãos, sobrinhos e a anciã-mãe Canô – à época da gravação com 97 anos e com atuais 101; ou também das fogueiras presentes nas festas de São João, que por si só sobrevive às mais variadas interpretações: o fogo do amor, que sobe, se eleva, se enleva, como os fogos de artifícios e os balões soltos e desimpedidos, que habitam o céu sem rumos definidos, da mesma forma que os amores mais ardentes.

Tudo dentro da mesma proposta temática e semântica e do mesmo modo que outros fizeram, como NOEL ROSA em “Último Desejo”: “nosso amor que não esqueço/ e que teve o seu começo numa festa de São João/morre hoje sem foguete/sem retrato, sem bilhete/sem luar, sem violão”. Ou outro ilustríssimo, Braguinha,que bradou com beleza sobre o tema em “Mané Fogueteiro”: “era o deus das crianças/da vila distante de três corações/ em dia de festa fazia rodinhas/soltava foguete, soltava balões".

Nada vi de melhor para interromper a série sobre o Clube da Esquina e reiniciar a primavera com um São João fora do ambiente de inverno. Deliciem-se ao puxar a cadeira e pedir assento junto a família de Maria Bethânia Vianna Telles Veloso, dita neste filme como a “Pedrinha de Aruanda” – aruanda esta onde vivem as divindades que os balões desencaminhados teimam em encontrar.

FOGUETE
Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
UM BEIJO VALE PELO QUE CONTÉM

Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da naftalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei a rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
NOSSO AMOR É TÃO BONITO, TÃO SINCERO
FEITO FESTA DE SÃO JOÃO

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

a tua presença VERMELHA







Caetano diz em um dos versos de "A Tua Presença Morena": "a tua presença coagula o jorro da noite sangrenta"; Martinho da VILA trata do tema de outra forma e usa a ovulação da própria filha, Juliana, sem deixar de passar pelo carnaval, para remeter ao assunto: "é um corre-corre, é um pula-pula, é o Salgueiro que pintou na avenida, mas que bonito ela já ovula".
A poeta Marina Colasanti abriu mão do recurso metafórico e tascou direto o termo no verso: "Mas no fim do escrito/só sangue me assina/sangue de mênstruo/fúria de assassina".

Fato é que alguns poucos trataram do tema em forma de arte. Mesmo na música ou na poesia. Independemente disso, nunca tinha visto a adaptação desta realidade - literalmente falando - criando formas na pintura!Sobrou para a artista Vanessa Tiegs, que usou o proprio sangue menstrual para chegar a resultados deste quilate. Vanessa criou 88 pinturas, cuja série denominou "Menstrala". Treze dessas estão expostas em diferentes galerias de arte em várias partes do mundo, e em destaque ela doar - além do sangue providencial - o valor arrecadado com as vendas de seus originais e cópias a um centro de pesquisa de uma universidade britânica.

domingo, 20 de setembro de 2009

mamãe CLIJSTERS e suas travessuras


Enquanto nos últimos meses a maioria das grandes tenistas do mundo se preparou exaustivamente para disputar o US Open, a belga KIM CLIJSTERS usou como poucas a ROTINA DIÁRIA da maternidade como treinamento...

Enquanto as favoritas ao título figuravam nas primeiras posições do ranking, Clijsters entrou na disputa como convidada, isto porque não apresentava posição de ranqueamento que pudesse incluí-la num evento desta magnitude desde que parou de jogar depois que engravidou...












Enquanto uma mãe não vencia um título de simples em um Grand Slam desde Evonne Goolagong, - que venceu Wimbledon em 1980 - CLIJSTERS NÃO SÓ quebrou este recorde como também brincou com a filhota nas quadras em todos os jogos que disputou...

sábado, 19 de setembro de 2009

no princípio era o texto 15 - ALUCINADA LUCIDEZ



Era a peste da insônia: Úrsula, que tinha aprendido da mãe o valor medicinal das plantas, preparou, e fez todos tomarem, uma beberagem de acônito, mas não conseguiram dormir e passaram o dia inteiro sonhando acordados. NESSE ESTADO DE ALUCINADA LUCIDEZ NÃO SÓ VIAM AS IMAGENS DE SEUS PRÓPRIOS SONHOS MAS TAMBÉM UNS VIAM AS IMAGENS SONHADAS PELOS OUTROS.

Era como se a casa tivesse se enchido de visitas(...) No princípio ninguém se alarmou; pelo contrário, alegraram-se de não dormir, porque havia tanto o que fazer em Macondo que o tempo mal chegava.

Cem Anos de Solidão, Gabriel Garcia Márquez, 1967.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ZONA DE SOMBRA (para paloma flores)





A ela, caríssima Paloma, que nos últimos dias vem sendo muito presente em seus divinais comentários e participações neste espaço.


"dentro da caixa escura, nenhuma lua
mas a voz que chispas, acentua
no ar, a espessura quase feltro
no ar, que antes dela era neutro
como o sono sem sonhos,
ou preso no casulo de um pesadelo
(ao encontro dos dedos se rompe
sobre o nada, que a luz interrompe)

chega a voz, e recolhe e espalha
cada fragmento, "migalha de luz"
lento esboroar, de quem já fui, na tarde

a voz vara persianas,
cobre as dálias,
vai de encontro à lixa das cigarras."


"Voz", Cláudia Roquette-Pinto.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

BRAVÍSSIMA ARMADA






juan martin del potro, o GRANDE CAMPEÃO DO US OPEN 2009!!!!




domingo, 13 de setembro de 2009

37. el mismo CLUB, pero LATINO


Sueño Con Serpientes(Silvio Rodriguez); álbum "Sentinela"(1980), do Clube da Esquina.



Volver a Los 17(Violeta Parra); álbum "Geraes"(1976), do Clube da Esquina.

De BAR em bar, na BASTILLE




LÁ NÃO TEM samba, não tem choro. Nem Fundição Progresso, nem Circo Voador. Mas o burburinho nas ruas, a concentração de bares e a mistura total de estilos bem poderiam ser da Lapa.

Poderiam ser, bem entendido. Estamos na Bastille, 11º arrondissement de Paris, lá mesmo onde a burguesia se revoltou contra a nobreza em 14 de julho de 1789, o marco da Revolução Francesa. No lugar da extinta Bastilha, a modernosa Ópera está sempre com algum espetáculo imperdível em cartaz. Bem em frente à praça com o monumento em homenagem à Revolução, o Café de la Bastille, sempre cheio, não deixa nada a dever à Pizzaria Guanabara.

Você pensa que é apenas mais uma região de agito parisiense, menos turística que o Quartier Latin, é verdade, quando dá de cara com a fervilhante Rue de Lappe. Sim, Paris também tem a sua Rua da Lapa, bem mais “arrumadinha” e com uma oferta de bares bastante eclética. Entramos no Indian Connection (http://www.indian-connection.net/), atraídos pelo clima animado e pela decoração exótica deste restaurante, bar e lounge. Apesar da música (alta) e do telão com clipes indianos, o público era predominantemente francês e a cerveja até que não estava cara, mas não combinava muito com o forte cheiro de incenso no ar. Quando o papo começou a esquentar, a surpresa: sem que alguém tivesse pedido, a simpática garçonete deixa a conta na mesa. Era 1h30 da matina e as mesas ao lado já estavam vazias. Frustração total. Apesar disso, o povo continuava para lá e para cá na rua.

O jeito é sair da Rue de Lappe e terminar a noite no Sanz Sans (http://www.sanzsans.com/), bar-club-restaurante estiloso nos arredores, todo em tons de vermelho, onde um DJ com dreadlocks às vezes cisma de passar 40 minutos ininterruptos tocando James Brown. Há quem diga que este é o Rio Scenarium de Paris. É, talvez... pelo menos lá, assim como na Lapa carioca, a noite (quase) não tem hora para acabar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

post 700




















Como falamos pouco de artes plásticas por aqui e tal gênero é de apreço da Agnes Rissardo, a mais nova colaboradora-correspondente do espaço, nada melhor do que comemorarmos a septingentésima postagem com os três pintores, todos com mostras no Brasil este mês: Henri Matisse(1869-1954),Wassily Kandinsky(1866-1944) e Marc Chagall(1887-1985).







quarta-feira, 9 de setembro de 2009

um OUTRO mundo é possível?






Pelo andar da carruagem, tudo nos indica que a dupla Roger & Serena ruma, a largos passos, a um novo triunfo em Flushing Meadows,como aconteceu em Londres há dois meses e em vários outros torneios no ano; só espero que, com o comentário, eu não seque os favoritos e os tire de cena antes das finais.


terça-feira, 8 de setembro de 2009

TEIAS DE CERTEZA


Mar de gelo localizado numa cratera em Marte



Quando você passa pelo fogo
passa pela humilhação
passa por uma teia de dúvidas.
Quando você passa pela humilhação
a luz pode cegar.
HÁ GENTE que nunca se dá conta disso.
Você passa pela arrogância
passa pela dor
passa por um passado sempre presente
e é melhor não esperar que a sorte salve
Tem de passar pelo fogo até a luz.


Lou Reed,cantor e compositor norte-americano, pseudônimo de Lewis Allen Reed, nascido em 1942.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma nova antiga capital




Entre o Rio de Janeiro e Manaus, um desvio de rota, um golpe de sorte e voilà: desembarco no Velho Continente. E, uma vez aqui, constato: minha terra tem palmeiras e, sim, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. Não vi ainda nenhum sabiá, mas os corvos daqui têm lá a sua beleza, os bosques são mais densos, as várzeas ficam cheias de flores na primavera e a vida é também de muitos amores, por que não?
Que sujeito mais mal-humorado é o Gonçalves Dias.
O Brasil é o Brasil.
O Brasil é incomparável.
Mas aqui é a Europa e o papo é outro. O tempo é outro. A paisagem, as pessoas, os lugares, os cheiros e as cores são outros. Nem melhor, nem pior: diferente.
Pelos meus olhos curiosos, espero captar o máximo dessa atmosfera instigante para contar aqui o que valer a pena.
Paris, a mais nova capital a povoar este ilustríssimo blog.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ABERTO a poucos






Ainda que os céus de Long Island estejam sempre sujeitos a raios, relâmpagos e trovões NESTA ÉPOCA DO ANO, acho que ninguém acredita em zebra no Us Open! Sendo assim, que os apostadores joguem todas as fichas em ROGER FEDERER, ANDY MURRAY, NOVAK DJOKOVIC OU RAFAEL NADAL!