sábado, 31 de maio de 2008

3. AFINADOS GIL & WONDER







Há muito se diz no meio musical que a arte do improviso é coisa para poucos; e isto se dá porque poucos mortais se dão o direito de apresentar trabalhos de qualidade quando não ensaiam ou preparam apresentações dignas de aplausos. No caso do vídeo acima, ficou claro que Gilberto Gil e Stevie Wonder entraram numa de dar uma dialogada rápida, sem muitas cerimônias ou formalidades e encarnarem o espírito jobiniano numa diferente e originalíssima versão de "Desafinado". Momento histórico e notável.

TITÃS REENCARNADOS


As inesquecíveis batalhas entre dois dos maiores craques do basquete norte-americano, Larry Bird e Earvin Magic Johnson, serão relembradas a partir desta semana. Após 21 anos, as equipes do Los Angeles Lakers e do Boston Celtcis, clubes onde as duas lendas fizeram história, iniciam a série final da NBA - Liga Norte-Americana de Basquete - e disputam o troféu da competição em 2008.


Para muitos, e guardadas as devidas proporções, Johnson e Bird serão reencarnados na pele de Kobe Bryant e Kevin Garnett, respectivamente, nos duelos que prometem chamar a atenção dos olhos do mundo do esporte.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

DEZ CAPAS DA ROLLING STONES

Há cerca de 40 anos, mais precisamente em novembro de 1967, foi lançada a "Rolling Stone", revista americana especializada em música e cultura. Eis aqui o número 1 da referida referência ocidental das revistas sobre o gênero, com ninguém menos que John Lennon na capa vestido como um soldado britânico.







O ilustre Mick Jagger bombou na capa de setembro de 1975. Os Stones bateriam recordes de aparições nas capas da publicação, juntamente com os membros do quarteto de Liverpool.







Uma das capas mais comentadas dentre todas as edições trouxe a imagem de Martin Luther King em abril de 1988; ilustração de Paul Davis para o número 523 da RS.






A primeira de muitas capas de Michale Jackson para a RS lembrou o passado do astro e veio assim, na edição 81, de abril de 71. Foto de Henry Diltz.




A "Material Girl" também sairia por muitas vezes na capa, e na primeira dentre muitas, a de novembro de 84, ela marcaria uma das edições mais vendidas da Rolling, que trouxe uma bombástica entrevista com Tom Wolfe e uma polêmica matéria com Van Morrison. Foto de Steven Meisel.





O primeiro herói das histórias em quadrinhos a marcar espaço na capa foi o incrível Hulk, em setembro de 1971. A edição trouxe ainda informações exclusivas sobre a vida de outro personagem dos gibis, o Homem-Aranha.










Poucos diretores de cinema tiveram a chance de mostrar a cara na capa da RS, e coube a Woody Allen a ser o primeiro, em abril de 87. Foto de Brian Hamill.






Os atletas também são raros na publicação, e Shaq O' Neal teve a chance e enterrou esta - LITERALMENTE! , já que o número foi dos que menos venderam na história da revista - em novembro de 93. Foto de Mark Seliger.

Capa de outubro de 96. Sem mais comentários...






Considerada uma das mais dez belas capas da RS, o polêmico Marylin Manson aproveitou a sua força estética e marcou uma das mais bombásticas entrevistas que a publicação mostrou. Edição de outubro de 98 em outro trabalho de Mark Seliger.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

2. O RUMO ENCONTRO NAS PEDRAS




Guaicurus, Caetés, Goitacazes, Tupinambás, Aimorés, Guajajaras, Tamoios, Tapuais, Timbiras e Tupis. Inspirada pela presença de todas essas tribos, conforme diz a canção "Canoa, Canoa" presente no belíssimo "Clube da Esquina 2", floresceu uma das mais virtuosas amizades que a MPB produziu. Ali, na esquina entre as ruas Divinópolis e Paraizópolis, no bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte, é que o carioca criado em Três Pontas Milton Nascimento conheceu a família Borges, cujos irmãos Marcio e Lô, juntamente com outros nomes como Wagner Tiso, Fernando Brant e Beto Guedes, surgiu um estilo musical universal. Batizado de "Clube da Esquina", o movimento surgiu no início da década de 60 e produziu obras de qualidade musical elevadíssima.

Explicitando a minha experiência com esta música, foi ainda ao redor dos cinco, seis anos de idade que comecei a ouvir o Clube, por conta dos discos de vinil que o meu pai tinha. A influência destee tipo de onírica poesia e densidade musical me deixou marcas profundas e até hoje me serve de influência. Quando compus a minha primeira canção, "Praça sem Cantos", deixei na letra desta pelo menos três referências do grande Clube.

Apresento aqui a canção que marca a primeira voz do grande grupo, o verdadeiro hino do movimento, representado por uma nova e inigualável interpretação de Milton Nascimento. Bom saber que os sonhos não envelhecem...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

NÓS, CINEMA E O HAMLET


Por Luís Fernando Veríssimo


O cinema americano nos acostumou mal. Bastou a primeira briga no pátio da escola para descobrirmos que soco de verdade não era como soco em filme. Não produzia o mesmo ruído e a mão de quem batia sofria tanto quanto a cara de quem apanhava. Das brigas a soco do cinema, aquelas de demolir saloon, ninguém saía com mais do que alguns hematomas, que duas cenas depois já tinham desaparecido, e os punhos ficavam intactos. Nunca se viu uma luxação em filme americano.



Outra convenção do cinema desmentida pela realidade era que um golpe atrás da cabeça nocauteava qualquer um. Não falhava. Pop, e o cara ficava inconsciente pelo tempo necessário. Todo o mundo sabia exatamente onde, e com que grau de força, bater para obter o resultado desejado, em vez de matar ou apenas enfurecer.



Mas a expectativa mais irreal que o cinema americano nos legou foi a da justiça rápida. Não nos conformamos com a idéia de que o julgamento e a sentença não sigam o crime com a rapidez que se vê nos filmes, e atribuímos a demora à nossa condição de povo atrasado, dado a formalismos anacrônicos da diferença entre um paramentado tribunal brasileiro e um despojado tribunal americano — ou pelo menos um tribunal americano de cinema — só acentua.



A impaciência com a morosidade da Justiça é compreensível mas nem sempre cabe. A demora não é uma peculiaridade brasileira, e é antiga. Hamlet, no seu famoso solilóquio, já listava entre as razões para se suicidar "the law's delay", as delongas da lei. E as instâncias e as idas e vindas de um processo judicial existem para prevenir o erro, proteger do arbítrio e garantir os direitos de todos até o último recurso — pelo menos em tese — por mais que exasperem, nós e o Hamlet, e por mais que favoreçam firulas de advogado e a absolvição pelo esquecimento.



E se serve de consolo: a Justiça americana, além de também não ser de cinema, peca tanto pela ausência de trâmites quanto a nossa pelo excesso. Com o agravante que lá erros judiciais muitas vezes não recorridos podem resultar em sentenças de morte.



Enfim, há delongas e delongas. São sintomas de um sistema judicial esclerosado, mas também são o que nos protege de uma justiça, digamos, cinematográfica demais."

RELATO DE UM CERTO ORIENTE (para valéria martins)



"Minha idéia de Ocidente é liberdade, democracia e direitos da mulher, três coisas que o Oriente não tem. Temos outras coisas. Por exemplo, fraternidade."




Orhan Pamuk, escritor turco, autor de "Neve" e "Istambul."







1. TAKE FIVE

Após listas de preferidos sobre cinema, livros e atletas, chego ua vez de priorizarmos sequências numéricas em nome da MÚSICA!
Chegou a hora de nos deliciarmos com os mais significativos números de rock, jazz, samba, mpb, blues e tantos outros estilos!



Abrindo o rol dos temas que serão apresentados, Dave Brubeck e trupe dão as primeiras ordens com o número que mudou boa parte da estrutura que o jazz possui hoje: uma gravação da lendária "Take Five", em 1961. Adepto da música de orquestra, Brubeck incorporou elementos da música clássica ao ao jazz e se tornou um dos compositores mais inovadores do gênero. Criou um estilo próprio de tocar piano, usando compassos em números primos, fazendo mudanças no andamento e ousando nas harmonias.

A fascinante presença de Paul Desmond ao sax e o famosíssimo solo de Joe Morello na bateria deixa no ar o aspecto sublime de um dos melhores temas de jazz em todos os tempos. Os ouvidos agradecem em demasia...

terça-feira, 27 de maio de 2008

SULCOS NA TELA


Os sucessivos reencontros com o filme me trazem recentes críticas à excessiva densidade da narrativa, mas "Lavoura Arcaica", adaptação do livro de Raduan Nassar para as telonas, excede e muito as possíveis observações negativas e dá um golpe em muitos que ousavam dizer que tudo conheciam sobre linguagem cinematográfica.

Quase três horas de projeção de uma ode à leitura: a paciência é ultra-compensada por uma insuperável plasticidade de imagens, típica de obras literárias marcantes. A pletora de interpretações subjetivas questiona os imbecis que sempre lançam mão do chavão "preferi o livro ao filme" como desculpa para diminuir algo adaptado para as telas.


Dirigido pelo fenomenal Luiz Fernando Carvalho- justifico o adjetivo pelo recém-lançado nas telinhas "A Pedra do Reino" - o filme se tranforma em pura poesia cinematográfica ao reler um romance tido por muitos como "infilmável". O filme retrata a vida de uma família de origem sírio-libanesa que vive do trabalho na terra, e isto servindo como pano de fundo para uma série de paradoxos e contradições humanas. O palco primitivo abre espaço para o homem revoltado, indignado e perplexo com as contradições que cria ao observar o mundo à sua volta.



Algumas contraposições de imagens, artifício típico do diretor, dão o tom da narrativa. Uma delas em especial: enquanto o arado abre sulcos na terra, André(Selton Mello) comete incesto com a irmã (Simone Spoladore, a terna beleza da imagem acima). Além disso, o longa mistura sexualidade (reprimida), natureza livre, liberdade (reprimida), religião conflituosa e outros mistos de sonhos, desejos e delírios que são melhor captados individualmente pelo espectador, na forma de identificação. O filme requer do espectador mais do que passividade, deixando à imaginação de cada um as mais variadas interpretações.


"Lavoura" ainda se dá o direito de nos brindar com atuações dionisíacas por parte de Selton Mello e Raul Cortez, que marcam o cinema nacional como há muito tempo não se via em tempos de roteiros fáceis e diálogos insignificantes. Mais arcaico e moderno ao mesmo tempo, impossível. E outro grande trunfo: tudo gira de acordo com o ponto de vista.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

ROSA EM TEMPOS DE GUERRA



"Tiros, tiraços, tirambaços. Bombas! Bombas e mais bombas. Balbúrdia de Warnungs e Entwarnungs. Gás !? Não, desarranjo de sirenes."


"Hoje, ao sair da casa do Cônsul-Geral, às 10 e meia, vi os holofotes. Céu estrelado. Dois holofotes móveis- cones cruzados. E um terceiro, pendulando um ângulo invariável corria, pra lá e pra cá, batendo meio céu e desrespeitando um meio mundo de constelações.

Os aviões ingleses têm vindo a Berlim todos estes quatro dias (um avião foi alvejado ou colhido pelo holofote justamente a dois milímetros da Constelação de Centauro, entre a Ursa-Menor e o galho mais alto do olmo de defronte a minha casa)."



"Um soldado levou, de ricochete, um estilhaço minúsculo de "Flak" (artilharia antiaérea), na perna - a coisa varou a polaina, e foi alojar-se no osso. Outro homem se escondeu debaixo da cama, no hospital, e levou uma granada de Flak, na coxa."






"Estou escrevendo na cama, ao som dos estampidos da Flak. Alguns são tétricos: como socos retumbantes, dados por punhos enormes no bojo elástico do ar alto. Outros ribombam festivos."


"Alarme, às 9,15 da noite! O tiroteio está brabíssimo! Espiei um pouco. Colunas curvas, de leite: holofotes.E piscam, instantâneas, efêmeras estrelinhas alaranjadas, no alto do céu. Há també, impassíveis, as estrelas de verdade...Estou escutando as mensagens de Churchill - o Tigre do Mundo - radiografada, aos franceses ! Escuto também o roncar dos aviões dos Tommies (designação comum para soldado britânico)"



"Alarme, às 10,10h. Linda pirotecnia! Quantidade de linhas morse, continuadas, ascendentes, coloridas. O tiroteio de ontem foi mesmo bravo; muitos mortos e feridos. As portas e janelas da minha casa bateram, golpearam!"


"Dia frio, mas bonito. Li, de manhã, o discurso do Führer. Tamanha "Hitlerocidade". Bombas, vi a luz branca, terrível, do trabalho do dessoterramento. Medonho."


Fragmentos presentes no diário de Guimarães Rosa escrito entre 1939 e 1941, durante missão diplomática na Alemanha nazista, quando o escritor trabalhou como cônsul-adjunto no consulado brasileiro em Hamburgo.

domingo, 25 de maio de 2008

DERNIER GRAND VICTOIRE



O resultado ocorrido na quadra Phillipe Chartrier foi o fato menos importante da primeira rodada do torneio de Roland Garros este ano. A imagem de maior valor do domingo no local foi um Gustavo Kuerten emocionado, as voltas com o sorriso tímido, ora com marcas de dor registrada na face e, talvez o melhor, com a torcida francesa mais a favor dele do que do adversário, o francês Henri Mathieu. Combalido pelas dores no quadril, o tricampeão do evento lutou, encaixou cruzadas, paralelas, lobs, aces, tentou deixar à mostra todo o seu arsenal característico dos tempos de glória, mas não tinha como mais competir em alto nível.


Guga se despediu das quadras com 20 títulos e como o o maior tenista masculino do Brasil na história.

DOCES PODERES 3



sábado, 24 de maio de 2008

DOCES PODERES - PARTE II




"Aprenderão! Aprenderão! Dominarei esta terra! Botarei estas histéricas tradições em ordem! Pela força! Pelo amor da força, da harmonia universal dos infernos, chegaremos a uma civilização!


PAULO AUTRAN, poderoso líder de extrema direita no filme "Terra em Transe"(1967).

DOCES PODERES

"Flower Power", por Bernie Boston (1934-2008)

DE TIRAR O CHAPÉU...




"(...)De todos os clubes, o Tricolor é o que tem melhor saúde econômica, melhor saúde financeira. Se ainda usássemos o chapéu, teríamos que tirá-lo em sentida e obrigatória reverência, sempre que falássemos no seu nome. Os outros, todos os outros, estão vergados ao peso de dívidas como uma árvore ao peso dos frutos.
O Fluminense, não. O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, só o Tricolor não passará, jamais.
Quem diz é o óbvio ululante."


Vai falar o óbvio ululante (Nélson Rodrigues)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

AVENTURAS EM 1 QUARTO DE SÉCULO


"É o fim de uma grande aventura, mas é algo em que venho pensando por um longo tempo. É sempre melhor sair no topo. Saio sem nenhum arrependimento e acho que é a decisão certa."

Com este depoimento, há duas semanas do ínicio do torneio de Roland Garros, a atual número 1 do tênis feminino, a belga Justine Henin-Hardenne, anunciou a sua retirada (definitiva??) das quadras e dos principais eventos do mundo. Com apenas 25 anos de idade, Henin tornou-se a mais jovem atleta do tênis profissional a abandonar a carreira estando no topo do ranking.


A belga tornou-se profissional em 1999 e conquistou 41 títulos, incluindo sete Grand Slams. Além disso, faturou o ouro olímpico nas Olimpíadas de Atenas-2004.









terça-feira, 13 de maio de 2008

COMO É SIMPLES JOGAR FUTEBOL

DEUSES RUSSOS EM ÊXTASE

Basta olharmos bem para a estátua de Lênin, ou até mesmo para a praça que circunda os seus restos mortais, ou admirarmos o Kremlin, ou qualquer outro cantinho de Moscou na última semana para percebermos que os deuses do futebol por lá baixaram, e pelo visto não o fizeram a toa: simplesmente está tudo pronto para a partida de futebol mais aguardada do ano, onde os gigantes ingleses do Chelsea FC e do Manchester United vão medir forças em prol daquele que é o mais cobiçado troféu de clubes do mundo, o da UEFA Champions League.

Tanto os arredores quanto o interior do monumental estádio de Luzhniki - o mesmo que foi palco principal das Olimpíadas de 1980, em Moscou- respiram os mais delirantes ares futebolísticos e aguardam ansiosamente o balé de Didier Drogba, Cristiano Ronaldo, Michael Ballack, Wayne Rooney, Carlitos Tevez, Peter Check e outros.



segunda-feira, 12 de maio de 2008

QUATRO BREVES PANCADAS...

“Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz. Voltei então a disparar mais quatro vezes contra um corpo inerte, onde as balas se enterravam sem se dar por isso. E era como se batessem quatro breves pancadas, à porta da desgraça.”
O Estrangeiro, Albert Camus

quinta-feira, 8 de maio de 2008

LIBERDADE A OITO MÃOS

Décimo terceiro e último álbum lançado pelo grupo inglês de rock The Beatles, tal jóia rara foi levado ao público há exatos 38 anos, em 8 de maio de 1970. "Eight arms to hold you" seria o nome da faixa-título, o que possivelmente não teria ganho tanta dimensão em comparação ao "deixai estar"; a obra é marcada por canções que romperam épocas e foram gravadas por artistas no mundo inteiro - entre as mais famosas estão a faixa-título, "The Long and Winding Road", "I've Got a Feeling" e a marcante "Get Back".


terça-feira, 6 de maio de 2008

MICROFÍSICA DO PODER



(...) o poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma prática social e, como tal, constituída historicamente. Uma coisa não se pode negar às análises genealógicas (procedência, origem) do poder: elas produziram um importante deslocamento com relação à ciência política, que limita ao Estado o fundamental de sua investigação sobre o poder.

(...) poder este que intervém materialmente, atingindo a realidade mais concreta dos indivíduos – o seu corpo – e que se situa ao nível do próprio corpo social, e não acima dele, penetrando na vida cotidiana e por isso podendo ser caracterizado como micro-poder ou sub-poder.


(...) é o diagrama de um poder que não atua no exterior, mas trabalha o corpo dos homens, manipula seus elementos, produz seu comportamento, enfim, fabrica o tipo de homem necessário ao funcionamento e manutenção da sociedade.

sábado, 3 de maio de 2008

quinta-feira, 1 de maio de 2008

PENSAR, TALVEZ...


O correr da vida embrulha tudo.> > > A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,> > > sossega e depois desinquieta.> > > O que ela quer da gente é coragem.
João Gumarães Rosa
Esse passo que vai> > sem esmagar as plantas> > no campo de batalha,> > à procura de sítios,> > segredos, episódios> > não contados em livro.
Carlos Drummond de Andrade

A SEDE DOS SOLITÁRIOS

"A destruição do homem afirma ainda o homem. O terror e os campos de concentração são os meios extremos que o homem utiliza para escapar à solidão. A sede de unidade deve efetuar-se, mesmo na cova comum. O terror é a homenagem que solitários rancorosos acabam rendendo à fraternidade dos homens.


Em outras palavras: já não escolhiam nada. A peste suprimira os juízos de valor. E isso se via pela maneira como ninguém mais se ocupava da qualidade do vestuário ou dos alimentos que se compravam. Aceitava-se tudo em bloco."





"O Homem Revoltado", Albert Camus, 1951.