segunda-feira, 27 de agosto de 2007

70 ANOS SEM NOEL

Quem acha vive se perdendo



Agora vou mudar minha conduta,


eu vou pra luta, pois eu quero me aprumar


vou tratar você com a força bruta


pra poder me reabilitar




Nosso amor que eu não esqueço
e que teve o seu começo
numa festa de São João
morre hoje sem foguete
sem retrato e sem bilhete
sem luar, sem violão"


Não me incomodo que você me diga

Que a sociedade é minha inimiga

Pois cantando neste mundo,

vivo escravo do meu samba

muito embora vagabundo







Mas veio lá da Penha hoje uma pessoa

que trouxe uma notícia do meu barracão, que não foi nada boa;

Já cansado de esperar, saiu do lugar

eu desconfio que ele foi me procurar



O costume é a força,

que fala mais alto que a natureza,

e nos faz dar prova de fraqueza




O cinema falado é o grande culpado da transformação


dessa gente que pensa que um barracão prende mais que um xadrez


Lá no morro se eu fizer uma falseta


a Risoleta desiste logo do francês e do inglês

sábado, 25 de agosto de 2007

OS GUEPARDOS QUE SE CUIDEM


Considerados como a espécie mais veloz do planeta, os guepardos terão outra missão diferente da sua usual, que é a de mostrar seus dotes de velocistas nas savanas africanas. Neste domingo, os felinos estarão de camarote atentos à final dos 100 metros rasos masculinos do Mundial de Atletismo, que está sendo disputado no Japão.
Entre as feras candidatas a vencer a prova estão o jamaicano Asafa Powell, recordista mundial da prova, com inacreditáveis 9s77; seus principais adversários são os norte-americanos Tyson Gay e Walter Dix e o atleta das Bahamas Derick Atkins, todos com marca abaixo dos 10s.
Pelo que os especialistas esperam, com velocidade relativa do vento boa para a prova e com o piso da pista sendo elogiado pelos principais atletas, é possível que tenhamos vários guepardos se aposentando das pistas naturais africanas e deixando pro homem o status de mais rápido dentre os animais.
Asafa Powell Walter Dix Derrick Atkins
Tyson Gay

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

5.DOGVILLE
















Viva a América! Viva Brecht! Viva o Dogma 95! Viva a metáfora! Poderíamos dar milhares de vivas à excepcional obra de arte de Von Trier, dada a liberdade da qual ele lança mão para experimentar a sétima arte como poucos. Uma estranha com a qualidade teatral de Nicole Kidman, no papel de Grace, chega a Dogville fugindo de gângsteres, e ali recebe abrigo da boa gente do lugarejo; mas em pouco tempo o povo do local vai cobrando dela a gentileza. Grace acaba humilhada, perseguida e violada em cenários teatrais e tomadas aéreas dos personagens da cidade minimalista de Trier. Lição em dose dupla: nada melhor para repensar as ordens ditas por Hollywood de como se fazer cinema e de perceber como há muito não há de se esperar alguma coisa da humanidade.




















segunda-feira, 20 de agosto de 2007

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O MUNDO PELO AVESSO

"cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo"
Estrangeiro, Caetano Veloso






Às avessas

Luis Fernando Veríssimo

Os ingleses fizeram a primeira revolução republicana da História mas, sabiamente, voltaram atrás e mantiveram a monarquia, intuindo que um poder não pode governar e dar espetáculo ao mesmo tempo. Na Inglaterra, o parlamento governa e a monarquia dá o espetáculo. A sabedoria da decisão se confirmou na era dos tablóides, para a qual o parlamento tem dado sua cota de escândalos e circunstância, mas nada parecidos com os fornecidos pela família real. Pois o que são os rituais cotidianos e pecados venais de plebeus comparados com a pompa e as indiscrições de príncipes e princesas? A realeza é paga para ser o teatro do poder, uma representação do Estado como drama familiar, como sitcom, para inspirar, divertir ou indignar os súditos. Enquanto isso os parlamentares governam.No Brasil, somos antiingleses. Aqui o rei e sua família dão a sua cota de escândalo e circunstância, mas o parlamento é que tem dado o espetáculo. Nos revela a sua intimidade, os seus conflitos de lealdades e escrúpulos, os seus podres, as suas culpas e expiações – e seus pseudo-príncipes, pseudo-princesas e maus atores – e concentra o interesse de imprensa e público sobre nada muito relevante para os destinos da nação. Enquanto isso o rei recuperou alguns privilégios da monarquia absoluta, anteriores a todas as revoluções, como a completa irrelevância dos seus pecados para os súditos, que continuam a venerá-lo. Os escândalos do palácio, ao contrário dos escândalos do parlamento, não têm conseqüência. O direito divino do soberano foi substituído pela simpatia, apesar de tudo que o mantém acima do feio espetáculo dos “comuns” se interdevorando em público.Já se disse que o Brasil está várias revoluções atrasado. Se nem o fim do feudalismo foi providenciado ainda, não se pode pensar em implantar o sistema inglês aqui – como naquele anúncio que oferecia mudas de árvores milenares – nem tentar acertar o funcionamento dessa nossa monarquia parlamentar ao avesso para poupar nossos parlamentares da desmoralização total. Na própria Inglaterra já tem muita gente achando que a monarquia é um anacronismo condenado, cujo custo não compensa o teatro. Vão acabar dizendo o mesmo do Congresso brasileiro.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

20 ANOS SEM DRUMMOND

Há pouco leite no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há muita sede no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro.

Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim.

Sua lata, suas garrafas, seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca não tem tempo de dizer as coisas que lhe atribuo nem o moço leiteiro ignaro.

Morador na Rua Namur, empregado no entreposto.


Com 21 anos de idade, sabe lá o que seja impulso de humana compreensão.

E já que tem pressa, o corpo vai deixando à beira das casas uma pequena mercadoria.

E como a porta dos fundos também escondesse gente que aspira ao pouco de leite disponível em nosso tempo, avancemos por esse beco, peguemos o corredor, depositemos o litro...


Sem fazer barulho, é claro, que barulho nada resolve.


Meu leiteiro tão sutil de passo maneiro e leve, antes desliza que marcha.


É certo que algum rumor sempre se faz: passo errado, vaso de flor no caminho, cão latindo por princípio, ou um gato quizilento.


E há sempre um senhor que acorda, resmunga e torna a dormir.


Mas este entrou em pânico (ladrões infestam o bairro), não quis saber de mais nada.


O revólver da gaveta saltou para sua mão.



Ladrão? se pega com tiro.

Os tiros na madrugada liquidaram meu leiteiro.

Se era noivo, se era virgem, se era alegre, se era bom, não sei, é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono de todo, e foge pra rua.

Meu Deus, matei um inocente

Bala que mata gatuno também serve pra furtar a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico, polícia não bota a mão neste filho de meu pai.

Está salva a propriedade.

A noite geral prossegue, a manhã custa a chegar, mas o leiteiro estatelado, ao relento, perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite, sangue... não sei.

Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom a que chamamos aurora.

sábado, 11 de agosto de 2007

O ÚLTIMO WAILER JÁ (JAH) !





Único remanescente da formação original do The Wailers, Bunny Wailer tem compromisso marcado com o Rio em breve. O rastaman confirmou que fará uma série de shows na Cidade Maravilhosa em novembro, todos na companhia de músicos brasileiros, entre eles Gilberto Gil.

Bunny (o primeiro à esquerda da foto acima e na imagem abaixo) integrou o The Wailers- que surgira com o nome Wailing Wailers em 1962- com dois parceiros de peso: Bob Marley - o do meio na foto, acreditem, sem a marcante cabeleira rasta- e Peter Tosh( primeiro à direita), que já passaram desta para pior. O trio sacudiu a Jamaica e o mundo com o reggae, estilo mais do que musical, um manifesto étnico-racial, religioso e político.


A NATUREZA HUMANA NO CARNAVAL

Baile à fantasia, Rodolfo Chambelland, 1943

"No Quatrocento italiano, Lourenço de Médici (governante florentino) pagava a construção de carros alegóricos em Florença. Os pintores desses carros eram os grandes artistas renascentistas.Esses desfiles tinham, inclusive, músicas feita especialemtne para a ocasião, muitas delas com letras de duplo sentido. Daí alguem poderia achar que o Quatrocento italiano teve influência nos carros alegóricos do Rio. Que nada! Esses caras daqui nunca souberam disso. Isso está ligado à natureza humana"

José Ramos Tinhorão, pesquisador.

EUFEMISMOS



"Não podemos descartar a hipótese de que "esses barulhos" possam ser provocados por esse grupo que trocou de camisa e está com temor da ação do agora rival"

Ricardo Pacheco, tenente-coronel do 19o BPM do Estado do Rio de Janeiro; em depoimento após intensa troca de tiros envolvendo policiais e traficantes nas comunidades do Chapéu Mangueira e da Babilônia.









quinta-feira, 9 de agosto de 2007

TOP 15 DA TELONA


  • Atendendo a pedidos, cá venho com a prometida listinha dos meus preferidos por conta da sétima arte ! E como não poderia ser diferente, criei sérias restrições às solicitações dos mais diversos amigos! Vamos a elas:

  • não vou incluir grandes clássicos perdidos no passado ! nada de "Casablanca", "O Poderoso Chefão", "Janela Indiscreta" ou afins! É humanamente impossível lembrar de todos q vi e ainda enumerá-los em ordem de preferência; além disso, pensar em mais de 100 anos de cinema mundo afora requer perceber que não tive acesso a nem 10% das obras que merecem louvor. Logo, limitei a lista às PRODUÇÕES CRIADAS NO SÉCULO XXI ( sem querer entrar em discussões apocalípticas ou históricas, considerei o século XXI a partir do início do ano 2000). E estamos conversados.

  • OUTRO porém: mais dificil ainda foi citar apenas 10 títulos; há muitas obras-primas que acabaram ficando de fora, como "Frida", "Sideways", ""Sobre café e cigarros", Diários de Motocicleta", "No Caminho de Kandahar", "Buena Vista Social Club", "Sobre Meninos e Lobos", "Cronicamente Inviável", entre outros, e em vez de dez, preferi colocar mais cinco ilustres nomes na lista. Quebrar esses padrões numéricos de tudo merecer lista de "10 mais" é o que precisávamos para estabelecer polêmica ( apesar de não ter visto o recém-lançado "O Quinze", vide Fellini com o "Oito e meio" e Robert Aldrich com os "Doze Condenados": ambos são bem melhores que "Os 10 Mandamentos".

  • pré-requisito mais do que apropriado: preciso q vcs critiquem, massacrem e ridicularizem a minha lista, pois não pretendo aqui apontar os melhores do século ! são apenas escolhas entre os que vi! logo, deixem comments com as escolhas de vcs!

  • pra fechar, aviso aos navegantes (viva Lewgoy!!!) do cinema brasileiro: "Cidade de Deus" está fora!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

15: "De olhos bem fechados" ( Stanley Kubrick, 2000)


Encabeçando (ou encerrando,depende do ponto de vista) a lista, o último Kubrick das telas foi um thriller sinistro, delirante e apropriadíssimo ao seu estilo. O diretor de "2001" dá umas boas apunhaladas na mediocridade burguesa ao fazer do mistério um ponto de partida para os fúteis delírios de determinada classe. Cruise torna-se um curioso sobre os fascínios oferecidos pela noite após uma revelação de sua mulher, abrindo espaço em sua vida para orgias e festas das mais variadas, o que o faz se defrontar com vários de seus conflitos: insegurança, desejo, ciúmes, traição e, porque não, beleza! (aí entra a Nicole, óbvio!!) Como bem definiu o crítico Sérgio Augusto sobre a obra, "Cruise percebeu que o pecado da noite é o lixo do dia seguinte"



p.s: Kubrick ganhou na morte súbita de "O invasor", do Beto Brant, que entraria se eu citasse 16 títulos. Sobre este, fica uma excelente pergunta no ar ao término do filme: quem é realmente o tal invasor neste sistema viciado pela ilegalidade??


14: A Queda: As Últimas Horas de Hitler (Oliver Hirschbiegel, 2005)

Capitaneado pela insuperável representação de Hitler por parte de um inspiradíssimo Bruno Ganz, o longa nos faz crer que o final do ditador, confinado em um bunker em Berlim, é mesmo descrito de maneira fiel à história. Por melhor que seja, o filme não está à altura de Ganz, mas acerta ao apostar na degradação humana e em questionar a empatia de Hitler entre os seus cidadãos no fim de sua vida/carreira.


13. Elefante (Gus Van Sant, 2004)

Retrata o massacre de Columbine com muita sutileza, analisando as raízes que levaram à tragédia. O excelente trabalho de câmera, baseado nos planos-sequência, traz um cenário poético, trágico, mas sem apelar para o sensacional. Destaque para a ênfase em duas características próprias da sociedade atual: a rejeição do indivíduo e os (des)caminhos que tal ato podem gerar.


12- O Quarto do FIlho(Nanni Moretti, 2002)

Pequeno, delicado e direto! Na contramão dos europeus que apostam em drama, Moretti atua e dirige com sutileza e mostra como um homem pode lidar com a dor de várias maneiras, sem apelar para o sentimentalismo excessivo. O protagonista sofre um grande golpe e convida o público a compartilhar com ele dos rituais de isolamento e luta para se livrar do referido trauma. O filme nos deixa uma lição: como somos incapazes de lidarmos com a desgraça alheia quando estamos imersos na nossa própria dor.

11. Abril despedaçado ( Walter Salles, 2001)

Mais um desses espetaculares filmes brasileiros que envolvem assuntos próprios das entranhas do país aliado a um trabalho espetacular de direção de fotografia! Walter Salles mostra muita maturidade ao tratar de um tema tão fascinante quanto tétrico, a rixa de famílias tradicionais do nordeste brasileiro do início do século XIX. A obra usa o desconhecido para estimular angústias, revoltas e excessivas reflexões no espectador, com atuações brilhantes e diálogos concisos!


10. Os Contos Proibidos do Marquês de Sade (Philip Kaufmann, 2000)

Levantando a bandeira da liberdade de expressão, estamos diante de uma atuação que entra para a história do cinema: Geoffrey Rush encarna o espírito do Marquês de Sade com tanta maestria que nos faz torcer euforicamente pela saciedade do desejo como instinto básico- que é o tema da obra do real marquês. O final é escatológico, o que pode desagradar a alguns desavisados, mas o nobre erótico salva o filme ao combater a eterna hipocrisia da sociedade. Quem viu Rush em "Shine" e o achou inspirado, ainda não pegou o ator em um de seus melhores dias!


9. Pequena Miss Sunshine ( Jonathan Dayton e Valerie Faris, 2007)

HAHAHAHA! como não começar a falar sobre isto sem dar boas gargalhadas! Divertido, tocante, inteligente, o que mais dizer dessa comédia que rema em sentido contrário à maré hollywoodiana ?
E tudo isto com vários "malucos inofensivos" habitando o mesmo veículo:o pai com o discurso de vencedor, o adolescente fã de Nietszche mergulhado em seu sonho aéreo, o avô viciado em heroína, o tio proustiano e suicida e a adorável Olive sonhando em ser miss. Lembrei na hora do nosso também engraçadíssimo e criativo "Narradores de Javé"(Eliane Caffé, 2003) , que pelas ótimas tiradas e grande atuação de José Dumont, poderia figurar em qualquer lista dos melhores brasileiros dos últimos tempos.


8. Tiros em Columbine (Michael Moore, 2003)

Outra vez Columbine, mas desta vez com pesadíssima patada de Moore, em seu melhor documentário. O diretor arrebentou ao partir da tragédia no colégio para destrinchar a cultura das armas e evidenciar algo que nos parecia distante: o medo irreal em que vive o povo norte-americano.Fuck You, Charlton Heston!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

NOVOS TERNOS E FRANJAS

Beatlemaníacos de todo o mundo, guardem este nome: Mal Evans. O ex-roadie da banda inglesa é, ainda que indiretamente, o responsável pela disponibilização na internet de vários curta-metragens com imagens inéditas de Paul, John, Ringo & George.

As imagens, feitas por Evans durante a década de 60, prometem balançar a rede devido ao grande número de fãs que já mostraram interesse em vê-las. E como a Internet foi algo criado pra inglês ver, quem acessar as imagens terá que desembolsar cerca de R$12 por cada curta baixado.

Mais informações em www. MBopMegastore.com

sábado, 4 de agosto de 2007

O IDIOTA DA SEMANA

"Na minha juventude, fui obrigado a gostar de Bergman. Se não gostasse, era marginalizado. (...) Hoje posso dizer: embora o homem seja fascinante, seus filmes são chatíssimos"

Paulo Coelho

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

JADES E MAGGIS QUE ME DESCULPEM


Uma semana após o término dos jogos entre as Américas, a medalha de ouro de musa do evento deixou de fora brasileiras, caribenhas, chilenas, canadenses e foi parar no peito de duas...norte-americanas! Sim, podem acreditar! Duas delas nascidas em solo estadunidense dividiram o posto de mais bela do Rio no último mês: a nadadora Kathleen Hersey e a velocista Mikele Barber.

Em tempo: pra quem acha que beleza não põe medalhas na mesa, vai um aviso; Kath Hersey faturou três medalhas de ouro no Pan 2007 e srta. Barber bateu o recorde pan-americano dos 100 metros rasos.


quinta-feira, 2 de agosto de 2007

DANÇANDO A VIOLÊNCIA



Cultuado como um dos acontecimentos mais esperados da dança contemporânea no Brasil, o Grupo Corpo está de volta com mais uma jornada de apresentações por todo o país. Lembro-me como conheci o Corpo em 2000, por sorte ou obra do acaso a partir do melhor espetáculo da companhia, o chamado "Sete ou Oito Peças para um Balé": a multiplicidade de cores, as diferentes e ousadas coreografias e a relação imagem-áudio fazem a diferença na hora de consagramos o grupo mineiro como referência no quesito dança no país.

O espetáculo da vez chama-se "Breu", e a nova coreografia é uma ode a violência, com referências estéticas ao conceito de luto, tristeza e abatimento, tudo pontuado pela música de Lenine. No Rio de Janeiro, o espetáculo acontece no Teatro Municipal entre os dias 15 e 18 de agosto.


quarta-feira, 1 de agosto de 2007

GEORGE ORWELL (!!!) + LUÍS INÁCIO (??)

"Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso e depois torná-lo a esquecer; e, acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo.”

Excerto da obra "1984", do grande escritor indiano George Orwell, publicada 32 anos antes da fundação do Partido dos Trabalhadores. Orwell sequer sonhava com o PT (normal pra quem nem devia fazer idéia da existência do Brasil), mas já conhecia, bem de perto, o horror de certas utopias.