Começar o ano com meu primo Thiago ao colo (http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=13460960617299435254&pid=18)
e diante de um filme dos mais expressivos da história do cinema é privilégio para poucos, diria qualquer um.
As primeiras imagens de "Era uma vez na América" me vieram em um passado distante, ainda criança, numa época em que me seria praticamente impossível compreender a situação sócio-política da Nova York dos anos 1920. E quero perceber agora como se desenhará o destino do Thiago ao começar 2008 a partir dos olhos de Sergio Leone. Façamos então deste fado um acontecimento de extrema envergadura.
O cotidiano de um grupo de crianças de ascendência judia residentes em Lower East Side nos anos 20 são a tônica da primeira parte do filme, e também servem como pano de fundo para os acontecimentos mais marcantes da história da América. Saindo um pouco da realidade novaiorquina da época do crack da bolsa, voltemos às atenções para o que se passava na mente do aclamado diretor 70 anos depois, época em que foi realizado o filme - facilitemos o trabalho do Thiago, o filme é de difícil entendimento!
Depois de quase quatro horas de imagens - e de intensos cochilos tirados pelo Thiago - pudemos perceber que as relações entre espaço, pessoa e memória encontram na estrutura do filme uma eficaz representação, na medida em que esta abre espaço para a intersecção de diversos momentos cronológicos diferentes. Desta feita surgem o contato da infância com o crime, também comuns nos dias de hoje, as desilusões do protagonista - Robert De Niro- a ênfase na nostalgia, as dúvidas sobre a amizade, e paremos por aqui porque oThiago ainda não conhece a fundo tais sentimentos.
A beleza da trilha sonora, que serviu para acordar o Thiago por mais de uma vez durante o filme,
mescla a eterna criatividade de Enio Morricone com temas clássicos muito bem-executados, entre eles "Night and Day" e "Summertime", temas que desfolham uma Nova York sombria e ao mesmo tempo reluzente.
Diante deste grandioso cenário, acredito que Thiago e eu demos um passo de gigante rumo aos segredos que o ano de 2008 terá a nos revelar. E que surjam outros tantos Enios, Sergios, De Niro e cochilos pra todos nós...
Um comentário:
Seu primo é uma gracinha. Quanto ao filme, sempre tive preguiça de ver porque é muito longo. Talvez me anime agora.
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