
"Nunca tomei conhecimento dessa besteira de que o comunismo acabou. O que vai acabar, porque é injusto, é o capitalismo"
Oscar Niemeyer
oca, repetindo uma melodia popular de acordeão. Naquele momento, eu não conseguia ir mais adiante. Sem país, sem cidade, sem quarto e sem nome, loucura ou conquista, humilhação ou inspiração, eu iria saber ou me consumir? Bateram à porta e meus amigos entraram. Estava salvo mesmo que frustrado. Acho que disse: 'Fico contente em revê-los'. Mas estou certo de que aí pararam minhas confissões, e de que, a seus olhos, fiquei sendo o homem que eles haviam deixado."






"Este inferno do presente é enfim o seu reino. Todos os problemas recobram a sua agudeza. A evidência abstrata retira-se ante o lirismo das formas e das cores. Os conflitos espirituais encarnam-se e encontram o abrigo miserável e magnífico do coração do homem. Nenhum foi resolvido. Mas todos são transfigurados. Vamos morrer, escapar por meio do mergulho, reconstituir uma casa de idéias e de formas à nossa medida? Vamos, pelo contrário, sustentar a aposta dilacerante e maravilhosa do absurdo? Façamos um último esforço a esse respeito e tiremos todas as nossas consequências. O corpo, a ternura, a criação, a ação, a nobreza humana, retomarão então o seu lugar neste mundo insensato. O homem nele encontrará o vinho do absurdo e o pão da indiferença, de que sua grandeza se alimenta".
Mais antigo diretor de bateria em atividade no carnaval do Rio de Janeiro, - desde 1978 - Lourival de Souza Serra, o Mestre Louro, de 58 anos, deixou órfão o mundo do samba nesta sexta-feira.
Tive o prazer de conhecer o Mestre Louro no ano de 1993, numa apresentação das baterias da União da Ilha e do Salgueiro no Clube Méditerranée, em Angra dos Reis. Sua sisudez foi logo desmascarada em meio às divertidas brincadeiras dos mais íntimos, com papos não apenas sobre samba. No mesmo ano o encontro com Louro se deu nas constantes gravações do cd de Sambas de Enredo ao longo dos anos: ao deixar o posto de comandante de lado e lançar mão da caixa de guerra como ritmista, Louro mesclou seus momentos de timidez com o indefectível sorriso e o extrovertido temperamento. Infelizmente não tive o prazer de ser comandado por Lourival em seus possíveis 30 carnavais à frente de diversas baterias.
Mestre Louro comandou a bateria do Salgueiro entre 1978 e 2005, e nos últimos três anos empunhou a batuta na Caprichosos de Pilares e na Porto da Pedra.

"Hoje em dia escuto muito falar em "O Jornal do Brasil fez" ou "O Jornal do Brasil protestou". Que eu saiba não. Os jornais fizeram o jogo do golpe e depois o jogo do regime militar. E não foi militar sentado nas redações não. Era jornalista profissional. A "Última Hora" foi exceção.




