sexta-feira, 28 de novembro de 2008

100 anos entre trópicos e mitos









































"Durante semanas inteiras, nesse planalto do Mato Grosso Ocidental, tinha estado obcecado, não mais por aquilo que me rodeava e que eu não voltaria a ver, mas por uma melodia muito batida que a minha recordação ainda empobrecia mais: a do Estudo número três, Opus 10 de Chopin, na qual me parecia, por uma ironia a cujo amargor eu também era sensível, que tudo que deixara para trás de mim nela se resumia."
(Tristes Trópicos, por Claude Lévi-Strauss, que completa 100 anos em 28 de novembro de 2008).

2 comentários:

Valéria Martins disse...

Certa vez, fui entrevistar uma psicanalista, ela atrasou e na sala de espera havia um exemplar de Tristes Trópicos como esse que vc postou a capa. Ao folhear ao livro, tive um insight sobre o que é ser índio. Uma pessoa como nós, mas completamente diferente. Tudo, o universo, a maneira de ver a vida, as relações... Achei tão bonito ainda termos gente diferente da gente nesse mundo. Que bom! E gostaria que continuassem diferentes, que isso fosse preservado, porque é algo sagrado.
Bjs

Pablo Lima disse...

sem contar que desde criança acho a vida dos índios muito mais interessante e inteligente que a nossa, e por um único motivo: em nada eles precisam acumular para abastecer as gerações futuras; eles criaram uma sociedade em que a terra produz tudo o que precisam, e a incessante busca por acúmulo de capital proposta pelo homem da metrópole me parece ser o seu mais problema atual.