segunda-feira, 31 de agosto de 2009

VIGÍLIA crítica
































"Havia mais cadência, a coreografia era mais armada, estudada. Hoje os passos são improvisados. Você pode ver que o indivíduo dificilmente repete o passo anterior.O camarada tinha que saber o tempo, por exemplo, que ele tinha de fazer determinada coisa enquanto a porta-bandeira rodava para que, quando os dois voltassem a se juntar, estivesse tudo direitinho. Era como se houvesse uma coreografia escrita. Isso tudo era levado em conta porque, mesmo quando não se julgava a dança do mestre-sala e da porta-bandeira, eles eram vigiados pelo pessoal da casa. OS CRÍTICOS ERAM OS COMPANHEIROS DA PRÓPRIA ESCOLA.

Por Carlos "Cachaça" (1902-1999), fundador da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em depoimento publicado no livro "As Escolas de Samba do Rio", de Sérgio Cabral.




3 comentários:

Paloma Flores disse...

Isso tudo porque, assim como muitas outras coisas valiosas no Brasil e no mundo, o carnaval foi vendido e se transformou em produto sem graça, igual, repetido, pop, em nome de mais ibope e poder.

Valéria Martins disse...

Nesse inverno eu quase não lembrei do Carnaval...

Pablo Lima disse...

é, tudo agora virou material de TV, srta.flores! na verdade todos que passam pela avenida querem tornar-se material com potencial televisivo e, no caso do casal citado aqui, valem mais as roupas, os figurinos, os sorrisos, as saudações aos famosos, e por este caminho iremos...