segunda-feira, 29 de junho de 2009

BOCA DE CENA


Sempre tristíssimas estas cantigas de carnaval
Paixão Ciúme Dor daquilo que não se pode dizer
Felizmente existe o álcool na vida e nos três dias de carnaval
Éter de lança-perfume
Quem me dera ser como o rapaz desvairado!
O ano passado ele parava diante das mulheres bonitas
e gritava pedindo o esguicho de cloretilo:
- Na boca! Na boca!
Umas davam-lhe as costas com repugnância
outras porém faziam-lhe a vontade.
Ainda existem mulheres bastante puras para fazer vontade aos viciados
Dorinha meu amor...
Se ela fosse bastante pura eu iria agora gritar-lhe como o
outro:_____________________________________[- Na boca! Na boca!
"Na Boca", Manuel Bandeira (1886 - 1968).

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