sexta-feira, 12 de junho de 2009

OSSOS e ofícios

"Fuzilamentos da montanha de Príncipe Pío", Francisco Goya, 1808.


"Estamos falando de um estado onde os últimos dois CHEFES de Polícia Civil foram presos. Onde o último chefe de Polícia RODOVIÁRIA FEDERAL está preso. Onde pelo menos dois ex-superintendentes da PF estão indiciados. Onde um ex-governador foi citado num grampo telefônico como tendo pedido para afastar um DELEGADO que não estava contribuindo com a caixinha. Precisamos REPENSAR a Polícia Militar.
Por Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE que inspirou o personagem "Capitão Nascimento", protagonista do filme "Tropa de Elite".




"Aquele juiz que reclama de uma polícia pouco severa é o mesmo que, quando está com a documentação irregular, dá carteirada de juiz numa blitz. Este cidadão quer mesmo uma polícia não-corrupta? O que ele quer é viver em um feudo, em uma sociedade de classes, onde quem tem poder e ascensão social vivam acima da lei e a polícia puna os menos favorecidos.”
Caetano Veloso, em entrevista a Geneton Moraes Neto.





"Minha filha, tenho três apartamentos em Paris, sou amigo do assessor do Ministro da Justiça, se for preso agora hoje à tarde eu tô solto, tô na rua."
W.L, 17 anos, traficante de drogas e morador da Zona Sul do Rio,após a voz de prisão dada pela delegada Marina Magessi.




"Quando eu era delegado, ouvia diariamente de gente da classe alta do Rio pedidos para uma polícia mais atuante e rigorosa. Se esta polícia fosse atuante, seria pé na porta na Delfim Moreira dez vezes por dia!”
Hélio Luz, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.


Antes do 11 de setembro, os Estados Unidos lidavam diariamente com o Talibã, que tinha escritório em Nova York. A política social do Talibã sempre foi horrível, mas para os EUA nunca foi problema negociar com eles. O governo americano precisa esclarecer seus objetivos em relação à paz mundial e também se ver como parte do problema.”
Por TARIK Ali, escritor paquistanês, em entrevista à Folha de São Paulo.




"Não acho que a corrupção policial seja incurável, mas a sociedade precisa se posicionar sobre o que ela quer. Ninguém quer pagar R$ 500 REAIS DE multa na estrada, e se você mantiver o policial ganhando uma merreca, ele fica baratinho para ser corrompido. O povo glamuriza, aplaude quando entram policiais na favela para prender bandido; no cinema do Leblon, (durante a sessão de "Tropa de Elite") todo mundo aplaudiu a tortura, o bandido com o saco na cara. Mas se na esquina de casa o policial era um tiro e mata uma criança, a gente não quer mais. É muito esquizofrênica a relação da sociedade com a polícia.
Marina Magessi, ex-chefe do departamento de inteligência da Polícia Civil do Rio e deputada federal, em entrevista à revista Maxim.


“Ah, meu senhor, como é que vai acabar com o tráfico? Se acabar com o tráfico, tem que acabar com a polícia. É nós que complementa o salário deles...”
Por C. H., 16 anos, bandido do tráfico de drogas do Rio de Janeiro.

2 comentários:

Valéria Martins disse...

Na quinta, fui assistir à peça "O confronto" no SESC Copacabana, justamente uma história do livro "Elite da tropa", do Luiz Eduardo Soares, adaptada para o palco. Muito bacana!!! Acabou hoje, domingo, mas deve voltar em breve. Fica de olho.

Valéria Martins disse...

Ah, a direção, concepção etc é do Domingos de Oliveira.