
13 de março
Não há como a paixão do amor para fazer original o que é comum, e novo o que morre de velho. (...) Aquele drama de amor, que parece haver nascido da perfídia da serpente e da desobediência do homem, ainda não deixou de dar enchentes a este mundo. Uma vez ou outra algum poeta empresta-lhe a sua língua, entre as lágrimas dos espectadores; só isso. O drama é de todos os dias e de todas as formas, e novo como o sol, que também é velho.

26 de março
30 de agosto Desembargador, se os mortos vão depressa, os velhos ainda vão mais depressa que os mortos... Viva a mocidade!(...) a mocidade tem o direito de viver e amar, e separar-se alegremente do extinto e do caduco.
Soubesse eu fazer versos e acabaria com um cântico ao deus do amor; não sabendo, vá mesmo em prosa: "Amor, partido grande entre os partidos, tu és o mais forte partido da terra..."
4 de abril tudo se deve escutar com interesse a um coração que ama.
4 de abril tudo se deve escutar com interesse a um coração que ama.
8 de abril Quando eu era do corpo diplomático efetivo não acreditava em tanta coisa junta, era inquieto e desconfiado; mas, se me aposentei foi justamente para crer na sinceridade dos outros. Que os efetivos desconfiem!

Memorial de Aires, última obra escrita por Machado de Assis,em 1908.
2 comentários:
Muito bom este teu post, Pablo!!!
Adorei!
Bom te ver lá no blog. Vem quando quiser bater um papo entre um café e outro, tá?
bjos e bom findi!
Vou voltar mais vezes
Que lindo, nunca li esse livro. Obrigada, Pablo.
Postar um comentário