segunda-feira, 13 de outubro de 2008

21. TABAJARA




Muitos são os temas musicais que me apetecem; logo, raros são os momentos em que posso considerar especiais quando o assunto é música. Mas neste caso o lado emocional chega forte simplesmente pelo motivo de ter contato com a vida dos músicos desde os dias de infância.

Nascidos na serra do Ibiapaba, localizada no sertão do Ceará, Nato e Tenor Lima são descendentes de uma tribo de índios do local. No início da década de 30, Nato, Tenor e outros quatro irmãos - entre eles Assis Lima, meu avô e o primogênito entre os seis - resolveram deixar a cidade natal e formaram um grupo musical. Depois de algumas formações, a dupla resolveu alçar vôos mais longos e formou o duo "Los Indios Tabajaras", que se notabilizou pelo virtuosismo ao violão ao mesclar temas eruditos, como novos arranjos e inéditas versões com musicalizações indígenas. Neste vídeo vemos uma apresentação da estonteante "Valsa", de Chopin.

Como curiosidade, esta peça de Chopin havia sido criada para execução ao piano, e Nato aqui criou um violão adaptado, com mais trastes, para poder atingir as notas mais agudas. Não cabem mais palavras senão deliciar-mo-nos com o resultado.

Nato e Tenor atingiram o ápice da carreira nas décadas de 50 e 60, com apresentações pela Europa e Américas. Tenor faleceu na década de 90 e Nato atualmente reside em Nova York e continua sua carreira profissional acompanhado da esposa, a violonista Michiko Mikami.

4 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde Pablo,

cheguei aqui de blog em blog, e gostei muito. Amo música e que tão bela apresentação você aqui nos deixou, além de ser uma bela história, claro.
Obrigada pelo prazer de lê-la e ouví-la.

Uma semana iluminada, Cris

Agnes R. disse...

Ora, ora! Quem diria, Sr. Pablo Lima vem de uma linhagem musical das mais férteis e orgulhosamente brasileira. Grande revelação!

Pablo Lima disse...

obrigado pela visita, cris! há muito ainda o que dizer sobre nato e tenor!
forte abraço!

Pablo Lima disse...

audrey, gostei do "orgulhosamente brasileira". aguarde que teremos muito mais do virtuosismo dos índios.