segunda-feira, 14 de maio de 2007

Epa-hei Mãe Zulmira!


O último domingo, 13 de maio, coincidiu com algumas datas importantes para os brasileiros, a saber: a abolição da escravatura, o dia dos pretos velhos, o dia de Nossa Senhora de Fátima e o dia das mães.
Era um domingo especial. E, por isso, Iansã resolveu chamar sua filha mais ilustre neste Estado. Pensara ela que somente em uma data tão representativa, poderia ela levar Mãe Zulmira para seu lado. Afinal de contas, quem viveu de maneira tão digna e que chefiou por mais de 60 anos a casa matriz dos candomblés de Manaus não deveria abandonar esta terra em uma data qualquer.
Iansã sabe muito bem reconhecer a devoção de sua filha. Iansã lembra dos tempos difíceis do batuque, quando as autoridades locais pressionavam para o fechamento das atividades. Mas Mãe Zulmira, com sua garra habitual, lutava incansavelmente para que o terreiro jamais fechasse as portas.
Iansã se emociona quando relembra do carnaval de 1989, ano em que a escola de samba Reino Unido da Liberdade venceu pela primeira vez, ao homenagear Mãe Zulmira. Fora a maior oferenda em louvor à orixá!!!
Mas, a sábia Iansã sabia que um dia deveria abdicar de ter uma filha tão ilustre aqui na terra. Pensou então que deveria agradecer Mãe Zulmira por tanta dedicação para com ela. E assim, a grande Mãe do Amazonas partiu, no Dia das Mães, para junto dos outros orixás, olhar por seus filhos que aqui ficam.