A maioria de nós já percebeu que o ritmo é anterior ao homem. As ondas do mar, o canto dos pássaros e a batida do coração de um pequeno roedor fluem num contínuo ritmado, com um intervalo de tempo só explicado pelos deuses, mas perceptível aos ouvidos humanos. Mas ao vermos o percussionista porto-riquenho Giovanni Hidalgo em ação sob suas congas, durante o 14o Panorama Percussivo Mundial que rolou esta semana, ficamos tentados a pensar que o homem pode inverter todo este processo: com um virtuosismo impressionante, dado tanto pela velocidade com que realiza seus improvisos rítmicos quanto pela técnica utilizada com as mãos, com novos e diferente toques e síncopes inimagináveis nas diferentes levadas (síncope é o deslocamento do acento do tempo forte para o tempo fraco em um determinado estilo musical/rítmico), Hidalgo nos faz imaginar um humano anterior ao mundo, às regras da Natureza e a todas as ordens cronológicas e rítmicas do Universo. Acham que exagerei ? Então vejam sem pagar...
sábado, 26 de maio de 2007
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