Morangos Silvestres

O sueco Ingmar Bergman é notadamente um dos maiores cineastas do mundo. A lista de seus filmes considerados como obras-primas é extensa... O Sétimo Selo, Fanny & Alexander, Persona, Gritos e Sussurros, Sonata de Outono, Cenas de um Casamento, etc. Todas as obras citadas são fantásticas... mas penso que a obra máxima do cineasta é realmente "Morangos Silvestres" (1957).

Tudo no filme beira a perfeição. A atuação dos atores é brilhante! A fotografia é belíssima e o enredo, além de inteligente, envolve o espectador.

"Morangos Silvestres" pode ser caracterizado como um filme sobre a velhice. O protagonista é o médico Isak Borg, magistralmente interpretado pelo mestre do cinema sueco Victor Sjöström. Isak, aos 78 anos, mora em Estocolmo, mas deve viajar para Lund (sua cidade natal) para ser homenageado pela Universidade local. Porém, no dia anterior à viagem, Isak tem um esquisito sonho, no qual ele vê a si próprio no caixão.

Durante a viagem, Isak relembra de fatos do passado, bem como se depara com inúmeros problemas do presente. Não pretendo contar aqui muito mais do que isso, até para não estragar o brilhantismo da obra.

Mas, aproveito esta oportunidade para destacar a atuação estupenda da atriz Ingrid Thulin, que interpreta Marianne, a nora de Isak. Aliás, tornei-me fã incondicional de Thulin, após ver este filme.

Marianne acompanha o sogro na viagem. Ela havia deixado o marido Evald por razões que não posso revelar. Ainda assim, ela resolve voltar à Lund para revelar ao marido a sua decisão. Os pontos altos do filme, em minha opinião, são os diálogos envolvendo Marianne e Isak, sobretudo o primeiro, que ocorre ainda no início da viagem.

No fim do filme, podemos perceber claramente como cada uma das personagens muda sua visão de mundo e também a visão sobre o próximo. Mais uma vez deixo a dica: assistam o quanto antes ao filme "Morangos Silvestres"!