Mãe, baiana mãe

Meus amigos, imperianos ou não, geralmente consideram o samba Bumbum Paticumbum Prugurundum (1982) como um dos melhores (senão o melhor) samba-enredo da década de 1980. E não é para menos. Bumbum Paticumbum Prugurundum, de autoria de Aluísio Machado e Beto Sem Braço, é uma obra-prima. Além disso, ainda conquistou o último título para a verde e branco de Madureira.

Mas, a minha sina de "ser do contra" prevalece. Apesar de reconhecer todos os méritos do supramencionado samba, meu voto de melhor samba da década vai para "Mãe, baiana mãe", de 1983. Os autores são os mesmos Aluísio Machado e Beto Sem Braço.

Lembro-me que a primeira vez que ouvi o samba fiquei emocionadíssima! A letra e a melodia são fenomenais que arrancam lágrimas dos mais sensíveis. E perguntava-me: como a Serrinha não venceu o carnaval de 1983, tendo um samba tão belo como esse? Corri atrás desse desfile, embora não tenha logrado êxito. Porém, há pouco tempo atrás, consegui o compacto do ano, no qual a Beija-Flor se sagrou campeã.

Ao ver o compacto, não tive dúvidas de que o Império merecia ter conquistado o bicampeonato. O samba foi ovacionado na avenida e a plástica da escola correspondeu as expectativas. Claro que muitos dirão que meu "sangue verde e branco" está falando mais alto, mas não é verdade. O Império Serrano fez um desfile primoroso e defendeu seu título com uma dignidade impressionante. Ficou em terceiro... mas o carnaval da Serrinha de 1983 é, até hoje, lembrado por muitos.

Bons tempos do Império, que entrava na Avenida sempre como escola favorita ao título. Espero, sinceramente, que a agremiação volte aos velhos tempos e lute pelo campeonato. Mas, enquanto estes dias não chegarem, viajarei nas páginas da história do Carnaval para sempre recordar a grandeza e a tradição da Serrinha.